“O governo e a transição estão muito abertos ao diálogo. Temos de ter cuidado com o que vamos falar porque o mercado é sensível. Qualquer fala fora do tom pode prejudicar a abertura de mercado. Temos até 31 de dezembro para apresentar à sociedade o que é a cara do governo Bolsonaro”, afirmou Tereza Cristina ao deixar o prédio onde mora, na Asa Norte, o mesmo edifício em que o presidente eleito também ocupa um apartamento funcional.
Apesar disso, ela afirmou que ainda não conversou com Bolsonaro. “Tive vontade de visitá-lo, mas vou cumprir a liturgia porque ele é presidente eleito.”
Indicada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e pelo Instituto Pensar Agro, Tereza Cristina, de 64 anos, disse que ficou “honrada e feliz” com a indicação. “Espero corresponder ao que o setor produtivo espera de mim. Sou agrônoma e a vida toda trabalhei com o setor. Temos desafios grandes pela frente. Que Deus me proteja.”
Ao ser questionada sobre o que pretende fazer no ministério, completou: “Prefiro sentar lá com eles para ver o que querem de mim e dar minhas opiniões. Temos muitos mercados a conquistar. Tudo indica que neste ano teremos uma grande safra novamente. Precisamos de crédito, estradas, infraestrutura”.
Tereza Cristina disse ainda que a possibilidade de fusão dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, agora descartada pela equipe de Bolsonaro, causou “mal-estar”. “Hoje existem muitas barreiras comerciais, que são protecionistas lá fora. Esse é um assunto que causou mal-estar. Para que fazer a fusão se a gente teria mais ônus do que bônus? Mas tenho certeza que ele dará sua cara ao Ministério do Meio Ambiente”, afirmou ela.