A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu na manhã desta última quarta-feira (5), na sede da CNA, coletiva de imprensa para apresentação do balanço do agronegócio 2018 e perspectivas para 2019. Na abertura, o presidente da CNA, João Martins, falou das mudanças que a instituição vem fazendo em favor do produtor rural e da necessidade de avançar na defesa de interesses do agro no exterior. “A agropecuária brasileira produz, atualmente, alimentos para mais de 1 bilhão e 200 mil pessoas. A população brasileira é de 240 milhões, nesse sentindo temos uma sobra no que produzimos e, essa, precisa ser colocada no mercado externo”, afirmou Martins.
Ainda segundo o presidente da CNA este ano houve além do reforço nas negociações e tratativas internacionais, reforço também no relacionamento com o governo. Sobre os resultados obtidos foi constatado bom desempenho, entretanto, mesmo com o aumento da produtividade, produção e exportação, Martins disse que o produtor ainda não tem tido ganhos favoráveis conforme o crescimento. Mas no estimulo dado aos produtores em obterem resultados positivos, ele acredita em boas perspectivas para o próximo ano.
A agropecuária brasileira segundo o superintende da CNA, Bruno Lucchi, foi marcado pela forte influência dos setores institucionais e organizacionais, e disse que grandes foram os desafios em 2018, devido a greve dos caminhoneiros e do tabelamento do frete, o que elevou os preços dos alimentos e dos fertilizantes. Fora o clima desfavorável e a queda dos preços e da rentabilidade.
Mesmo com essas dificuldades que o mercado interno sofreu, o setor se destacou nas exportações com alta de 4,6% comparado de janeiro a outubro do ano passado.
Segundo a CNA um setor que vem ganhando cada vez mais espaço é o de fruticultura e a previsão de fechamento no ano é de aumento de 2% em volume em relação a 2017. Nas exportações também teve alta, mesmo registrando uma pequena queda no terceiro semestre a estimativa é de aumento de 10% no volume exportado. O suco de laranja está entre os dez produtos do agro mais exportado, aumento de 20%, com captação de 1,8 bilhão. Mesmo com crescimento, a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra afirma que o setor quer alcançar níveis mais altos nas exportações, entretanto, alguns entraves têm prejudicado o setor, tais como certificações fitossanitárias. “Precisamos desburocratizar assuntos relacionados as certificações fitossanitárias, o setor sofre com essa questão, fora as questões de logísticas que também é outro entrave e nos dificulta a prospectarmos mais inserções comerciais”, afirmou Dutra.
O setor de fruticultura ocupa, atualmente, 8% do mercado internacional e o Brasil que até pouco tempo atrás não era exportador de frutas, organizou a cadeia e assim foi possível alcançar o mercado internacional. “Isso foi muito bom, porque o produtor não fica mais preso somente ao mercado interno. Assim como para o país é bom ter vários compradores, é também para o produtor”, ressaltou Dutra.