Conhecida como ‘fruta dragão’, a pitaya tem conquistado o gosto dos brasileiros por ser rica em vitaminas e nutrientes. Produtor rural da cidade diz que está satisfeito em ter investido na cultura; veja sugestões de como consumir a fruta que auxilia na saúde.
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Pitaia vermelha é a mais consumida — Foto: Wilson Aiello/EPTV
Popularmente chamada de “fruta-dragão”, a pitaya é originária do México e de países da América Central, e tem conquistado o gosto dos brasileiros. Podendo ser vermelha por dentro com pele rosa, branca por dentro com pele amarela e branca por dentro com pele rosa, a pitaya é rica em vitaminas e minerais que atuam no controle da diabetes, no combate ao mau colesterol, na melhora do trânsito intestinal e no fortalecimento do sistema imunológico.
Em Uberaba, a fruta tem surpreendido com resultados não só nas lavouras, como também no consumo e em estudos.
O produtor rural Dorvalino Foscarini só tinha ouvido falar da pitaya, até que em meados de 2015 ganhou uma muda da fruta e resolveu plantar. Atuando com lavoura e criação de gado há mais de 20 anos em uma fazenda às margens da BR-050, Foscarini só investiu na nova cultura há cerca de dois anos e, em pouco tempo, as colheitas o surpreenderam.
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Encontro Nacional dos Produtores de Pitaya foi realizado em março em Uberaba — Foto: Reprodução/TV Integração
Atualmente, são cerca de mil plantas em uma área de 10 mil m². Em 2018, Foscarini colheu aproximadamente 1,6 tonelada e, para este ano, a previsão é colher 4 toneladas.
“A colheita é de novembro a maio, mas pretendo colher até junho. No outono e inverno ela diminui a quantidade, mas no tempo quente como está agora dá para produzir até junho”, contou.
Vendo que a produção estava dando certo, Foscarini, que também é comerciante, vende as pitayas de polpa branca e de polpa vermelha no próprio supermercado, que fica no Bairro de Lourdes.
“O preço do kg é R$ 12 em média. Mas nessa semana, como eu produzi muito, fiz uma promoção de R$ 10 para incentivar o pessoal a comer e acabei vendendo umas 10 caixas – o equivalente a 200 kg. Não adianta por preço alto e ninguém comprar. Na última semana eu plantei 200 pés e pretendo plantar mais pitaya. Resolvi investir na fruta e estou satisfeito”, afirmou.
De olho no mercado
Em março, vários produtores rurais da cidade e de várias regiões do país participaram do 1º Encontro Nacional dos Produtores de Pitaya, em Uberaba. A ideia do encontro, promovido pelo Grupo de Produtores de Pitaya do Brasil e o Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba (SRU), foi estimular o cultivo da fruta na região.
Segundo o presidente do SRU, Romeu Borges, a pitaya é mais um opção de negócio para o agricultor uberabense, principalmente, para o que trabalha com hortifrutigranjeiro. O cultivo é uma oportunidade para pequenos produtores aumentarem a renda.
“Alguns agricultores já têm, de forma experimental, pequenas áreas de plantação de pitaya, que é uma cultura tem um valor agregado alto e começando a ter uma aceitação no mercado nacional. Nosso objetivo é trazer mais alternativas ao produtor, por isso, estamos conversando com a Secretaria Municipal de Agricultura e com a Emater para termos profissionais habilitados e treinados para darem suporte às futuras lavouras de pitaya na cidade”, contou Romeu.
Ainda de acordo com o presidente do SRU, outra ideia é fazer com que, futuramente, a Associação dos Produtores de Pitaya fique sediado na região, de preferência, em Uberaba. “O objetivo é fazer com que Uberaba seja um centro de produção e até de exportação”, acrescentou Romeu.
Pitaya pode ser branca por dentro com pele amarela — Foto: Jefferson Allan/VC no TG
Benefícios e consumo
Rica em vitaminas C, D, complexo B e minerais, as propriedades da pitaya atuam no controle da diabetes, no combate ao mau colesterol, na melhora do trânsito intestinal e no fortalecimento do sistema imunológico. O consumo do fruto também auxilia em dietas de perda de peso por ter baixa caloria e fibras que ajudam na saciedade.
“Elas são a mesma fruta, mas tem caraterísticas diferentes uma das outras. A da polpa vermelha tem mais antioxidante e, dos três tipos, essa é a mais consumida, seguida da rosa por fora da polpa branca. A pitaya é uma fruta que pegou o gosto das pessoas por ter a vantagem de não ter um sabor forte”, explicou a nutricionista Amely Degraf.
Além do consumo in natura, outra sugestão da nutricionista é que a pitaya seja consumida misturada a outras frutas.
“A pitaya pode ser batida com leite ou ser misturada com outras frutas num suco de frutas vermelhas, por exemplo, para melhorar o sabor. Uma pessoa que não esteja de dieta, mas que está buscando melhorar a parte nutricional de uma sobremesa, pode bater a pitaya com sorvete ou com creme de leite light”, disse Amely.
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Pitaya é rica em vitaminas C, D, complexo B e minerais e tem várias propriedades — Foto: Reprodução/TV TEM
“A princípio, minha nutricionista havia me indicado a fruta por causa do baixo valor calórico e por ser rica em vitaminas. Como uma ou duas da polpa vermelha pelo menos uma vez por semana. Prefiro comer pura no dia a dia, mas quando estou na TPM jogo creme de leite e lascas de coco queimado. Amo de paixão essa fruta por conta da textura que derrete na boca”, comentou.
A blogueira Malu Daher também gosta de consumir pitaya, que contribui para amenizar as dores musculares do pós-treino. Além do suco, outra forma de consumir a fruta, segundo Malu, é em creme.
“No creme, por exemplo, eu congelo a pitaya de um dia para o outro, e depois retiro a polpa. Bato no liquidificador a polpa da pitaya congelada com iogurte, banana picada congelada e o adoçante. Pode servir como preferir: com frutas, granola, castanhas, chocolate etc”, sugeriu.
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Creme de pitaya é uma das formas de consumir a fruta — Foto: Divulgação
Plantas e mudas serão utilizadas em estudo na Fazu — Foto: Márcia Borges/Arquivo Pessoal
Nesta semana, foi lançado o Grupo de Estudos e Pesquisas em Pitaya (GEPPI) com o objetivo de ampliar o banco de germoplasma da Fazu. O grupo é formado pelos professores Márcia Borges, Salvador Miziara, Saulo Cardoso e Thais Bean. Alunos e a comunidade interessados em integrar o GEPPI deverão participar da primeira reunião, que será realizada na próxima terça-feira (9), às 18h, na Sala 4, no campus da Fazu.
“O intuito desse grupo é unir a prática à teoria. Vamos levar artigos, métodos de produção da cultura, mercado consumidor, subprodutos da pitaya e também desenvolver publicações sobre a fruta. Também vamos aprender a instalar a muda adequadamente e a fazer a polinização noturna, que é quando a planta tem uma resposta melhor”, explicou Márcia.
Projeto-piloto de estudos sobre a pitaya na Fazu foi ideia da professora Márcia Borge — Foto: Márcia Borges/Arquivo Pessoal
Fonte: G1