A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores e Derivados (Abrafrutas) participou ontem do 2º Congresso Luso-Brasileiro da Horticultura (CLBHort2019), em Goiânia. O evento que começou no dia 22 e termina neste sábado (25) tem como objetivo debater os desafios de desenvolver uma horticultura sustentável e produtiva que possa prosperar em um mundo em mudança.
Com programação dividida entre conferências, workshop e mesas redondas o evento tem como tema central “Pesquisa e inovação em diálogo com as empresas”. De acordo com os organizadores, o Congresso tem como finalidade o fortalecimento da ligação entre a pesquisa e a inovação, que é o motor do desenvolvimento da horticultura moderna, criadora de valor, baseada no conhecimento e na sustentabilidade, em que a competitividade depende cada vez mais da criatividade e da capacidade de inovação.
Oportunidades e desafios para o crescimento da fruticultura foi o tema da mesa redonda debatida entre o presidente da Abrafrutas, Luiz Roberto Barcelos, o assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Eduardo Brandão e o pesquisador do Fundecitrus Franklin Behlau.
De acordo com Brandão são diversos os desafios que cerca o setor, um deles está na falta de dados oficiais que os ajudam a pleitear por mais políticas públicas. A burocratização nas aprovações fitossanitárias, a falta de defensivos agrícolas são outros que trava a fruticultura brasileira. “A burocratização nos fazem perder competitividade, levamos em média oito anos para aprovações fitossanitárias, enquanto outros, como o Peru, leva apenas um ano e meio”, explicou o assessor técnico da CNA.
Brandão também ressaltou o baixo consumo de frutas no país, porém, afirmou que ações têm sido feitas para alcançar a média determinada pela Organização mundial da Saúde (OMS), como o programa de incentivo realizado pelo Hortifrúti Saber e Saúde que trata sobre a saudabilidade das frutas e hortaliças. O consumo per capita de frutas no Brasil é de 57 kg / habitante / ano e o recomendado pela OMS é de 140 kg.
Barcelos reforçou as questões ditas por Brandão e afirmou que o setor ainda é pouco visto pelo governo. “Estive recentemente na Ásia, participando da comitiva que acompanhou a ministra Tereza Cristina para abertura de novos mercados e, infelizmente, o setor de fruticultura não tem tido tanta importância como deveria ter. Estamos ativamente envolvidos com o desenvolvimento do país, para ter noção empregamos mais de 5 milhões de pessoas, detemos 16% de toda mão de obra do agronegócio nacional. Apesar dos grandes desafios, os mesmos tem nos trazido grandes oportunidades. Temos potencial de crescimento, principalmente, para exportação e estamos trabalhando em prol deste aumento, somos o terceiro maior produtor de frutas do mundo”, disse Barcelos.
Ainda no debate foram apresentados por Franklin Behlau, os desafios da citricultura como as pragas, a redução no consumo, competitividade e outros, porém, Behlau disse que apesar desses desafios ao longo dos anos muitos se transformaram em ótimas oportunidades e muitos também já foram superados, como por exemplo, algumas pragas que estão bem controladas.
O evento que vai até amanhã é uma realização da Associação Portuguesa de Horticultura (APH), Associação Brasileira de Horticultura (ABH), Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF) e Sociedade Brasileira de Floricultura e Plantas Ornamentais (SBFPO). O evento conta ainda com o apoio de diversas instituições públicas e de empresas provedoras de tecnologias, insumos, máquinas e equipamentos e serviços especializados ao setor hortícola do Brasil e de Portugal.