Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (04), em Brasília, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) anunciou as perspectivas do agronegócio para 2020. Dentre elas, maior atuação do agro brasileiro na área internacional, aumento no Valor Bruto da Produção (VPB), crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio e maiores possibilidades de financiamento privado para o setor.
Na busca por uma atuação mais intensa na área internacional, a CNA abriu um escritório na China, que já está em funcionamento, e tem por objetivo ganhar mais espaço para os produtos brasileiros no continente asiático nos próximos anos. Segundo a CNA, o setor de hortifruti está entre as culturas priorizadas nos projetos que visam integrar as diferentes atividades desenvolvidas pelas cadeias produtivas no mercado internacional.
Outra previsão de destaque para 2020, foi o aumento de 3% do PIB do agronegócio em relação a 2019. Ontem (3), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou crescimento de 0,6% do PIB no terceiro trimestre deste ano. E a agropecuária registrou crescimento de 1,3%, apresentando assim a maior alta em relação aos demais setores.
Ainda de acordo com as perspectivas da Confederação, o setor de hortifrúti, estimulado pelo bom preço praticado pelas principais culturas em 2019, como manga e uva que se destacaram, inclusive, a manga teve recorde de safra e atingiu nos primeiros noves meses do ano a marca de 122 mil toneladas e gerou $127 milhões em receita, irá vivenciar investimento no pacote tecnológico, além da expansão na área e aumento na produção em 2020.
Um dos grandes gargalos existentes em todo o setor agro é abertura de novos mercados e, isso, é muito perceptivo no mundo Fresh, devido algumas questões como os requisitos fitossanitários exigidos pelos países importadores. Entretanto, os desafios têm sido superados e o Brasil aos poucos tem conquistado novos espaços.
Recentemente as frutas brasileiras ganhou espaço no mercado Chinês e em breve o melão brasileiro será enviado ao país. A notícia oficial deste acordo que deixou o setor de fruticultura bastante otimista, foi anunciada em reunião bilateral dos presidentes Jair Bolsonaro e Xi Jinping, dentro da XI Cúpula do Brics que ocorreu no mês passado. Esse feito se deve a atuação da CNA em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e demais entidades ligadas ao setor.
A Superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, afirma que o Brasil precisa olhar para a China como grande mercado, até porque é um país gigante, entretanto ela afirma que os outros países do mundo também precisam de comida e o Brasil tem capacidade suficiente de oferecer. “Se fizermos um bom trabalho de vendas e não somente esperar que venham até nós para comprar, podemos atingir vários mercados e eles serem bastante significativos para o nosso agronegócio”, afirmou Dutra.
A Confederação da Agricultura está confiante também no aumento das exportações devido aos acordos firmados este ano como o da União Europeia e Mercosul que irá gerar redução de tarifas, o que elevará competitividade para o setor.