Um engenheiro especialista em matemática hídrica fez para esta coluna o seguinte cálculo: este ano bissexto de 2020 – com 366 dias – terá 31.622.400 segundos. O consumo médio de água da Região Metropolitana de Fortaleza é de 8,1 metros cúbicos por segundo. Assim, o consumo de água da RMF neste ano será de 256,141 milhões de metros cúbicos. O volume hoje estocado pelos açudes que abastecem Fortaleza – Pacajus, Pacoti, Riachão, Gavião e Aracoiaba – é de 410,49 milhões de metros cúbicos. Se for acrescentada uma recarga de 100 milhões de metros cúbicos – como admitiu aqui uma fonte da Cogerh – a cidade estará salva da seca. Para o engenheiro calculista, ao contrário, haverá um colapso, pois desse total terão de ser subtraídos 68% relativos ao volume morto, à infiltração no solo e às perdas no sistema de distribuição da água. Sobrarão apenas 163,35 milhões de metros cúbicos – um déficit de 92,79 milhões de metros cúbicos. Diagnóstico do calculista: para que a RMF ultrapasse, sem problema, este bissexto 2020, será necessária uma recarga de 200 milhões de metros cúbicos, no mínimo. “Será preciso, então, que chova muito, mas muito mesmo, sobre o Ceará neste ano”, resumiu ele.
Melão
Uma equipe da Adagri, liderada pela sua diretora de Sanidade Vegetal, Neilane Santiago, acompanhará a inspeção que, nos próximos dias 14 e 15 deste mês, um time de técnicos chineses, especialistas em fitossanidade, fará no “packing house” e nos campos de produção de melão das empresas produtoras e exportadoras do Ceará e do Rio Grande do Norte, incluindo na Agrícola Famosa, a maior do País, cujas fazendas se localizam em Icapuí, no Leste do Ceará, e em Mossoró, no Oeste potiguar. São áreas consideradas livres da mosca da fruta no Nordeste. Será a última providência antes do início da exportação do melão cearense e potiguar para a China. Se não houver qualquer contratempo, a exportação deverá começar no próximo mês de fevereiro, como informou a esta coluna o empresário Luiz Roberto Barcelos, presidente da Abrafrutas e sócio e diretor de produção da Agrícola Famosa, maior produtora e exportadora brasileira de melão. A exportação será feita pelo Porto do Pecém. A viagem daqui até a China durará 34 dias e será feita em contêineres frigoríficos. Anotem: a celebrada conquista do mercado chinês pelo melão brasileiro terá duas imediatas consequências: a expansão da área cultivada no Ceará e no Rio Grande do Norte e o aumento da oferta de emprego. Na fruticultura, um novo hectare plantado de melão representará um novo emprego.
Vice-presidente da Fiec, o empresário Carlos Prado relembra quando começou a trabalhar: “foi aos 7 anos, numa fábrica de móveis, preparando verniz, massa de gesso, tapava furos de insetos na madeira com cera de abelha, montava quadros e manualmente lixava peças de madeira. E eu fazia tudo isso com alegria”.
Foram poucas, até agora, as chuvas caídas sobre Fortaleza. Mas foram suficientes para revelar o lado ruim das empreiteiras que executam serviços para a PMF e para o Governo do Estado. Na esquina das ruas Tibúrcio Cavalcante e Afonso Celso, uma delas em obra para a Cagece, deixou um buraco bem no meio da rua.