Como parte da série de reuniões que a Associação dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS) vem realizando com os produtores de frutas em diversas regiões produtoras, ontem (29) a instituição realizou virtualmente reunião com os produtores de mamão de Linhares (ES).
Dentre os assuntos discutidos os produtores de mamão apresentaram a baixa dos preços como um dos fatores de grande preocupação. Segundo eles, as grandes redes de supermercados não estão sendo solidárias com os produtores querendo comprar em um preço abaixo do que é necessário para produção da fruta.
Além disso, eles relataram que os produtores certificados que prezam pelas boas práticas agrícolas e que entregam uma fruta diferenciada estão sendo prejudicados por outros produtores e comerciantes que não tem tido essa preocupação prejudicando-os na questão comercial junto a cadeia de supermercados.
“Eu acreditava muito como pré-crise e como tendência de mercado que as exigências do consumidor final pudesse regular ao menos um pouco a cadeia. Diante de tudo o que estamos vivenciando as perspectivas são incertas, é até difícil fazermos planejamentos, temos que continuar trabalhando, mas com muita cautela ”, disse Jonas spindel, sócio diretor da Rio Corrente.
Spindel acredita que a crise fará que o consumidor busque por produtos mais baratos e um dos caminhos para que o produtores sobrevivam a esse período é desonerar os custos.
Segundo o diretor executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão, diante do atual cenário econômico frente a crise mundial de saúde causada pelo Covid 19, o governo está sensível a solicitações de desonerações de alguns impostos temporariamente para que o produtor possa se reerguer. Ainda de acordo com ele, a isenção de imposto seja estadual o federal tem sido um dos pleitos de outras associações que envolve o setor agro.
Por conta da pandemia, os produtores também relataram dificuldades em exportar, pois mais de 90% dos envios de mamão ao mercado internacional são realizadas via modal aéreo e neste momento os aviões domésticos suspenderam cerca de 75% dos voos. Dessa forma, a única opção é enviar por aviões cargueiros, como consequência, aumento no valor do frete e também demora na entrega, visto que o avião só sai quando está cheio.
O presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho atento as demandas colocou a Associação a disposição de todos e irá junto a diretoria tentar pleitear com o governo soluções para minimizar as aflições apresentadas pelos produtores de mamão, como a desoneração temporária de alguns tributos.