A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS) realizou na tarde desta quinta-feira (28) reunião entre produtores exportadores para debaterem assuntos estratégicos sobre abertura de mercados internacionais para as frutas brasileiras.
De acordo com o gerente de projetos da Abrafrutas, Jorge de Souza, abrir novos mercados para o setor de frutas é importante e estratégico, porém envolve alta complexidade não somente em questões técnicas e fitossanitárias, mas também questões de interesses comerciais e até mesmo políticos e geopolíticos.
Souza explica que anteriormente quando os produtores solicitavam abertura de um novo mercado para determinada fruta, a Associação encaminhava um ofício para o governo, pois as tratativas iniciais se dão primeiramente no âmbito do setor público.
“Inicialmente demostrávamos interesse por determinado mercado e, assim, sensibilizávamos o governo brasileiro, que por sua vez oficializavam o interesse com o país que fosse receber a fruta dando início ao processo que, em uma primeira etapa, envolvia questões mais técnicas, como análise de risco de pragas e outros”, explicou.
Por entenderem que as tratativas são demoradas em diversas etapas das negociações, Souza conta que a Abrafrutas tem buscado o auxílio de um consultor em exportação para auxiliar e acelerar os processos e consequentemente tornar o Brasil mais competitivo.
Na reunião, o consultor Aryan Schut explicou que para dar celeridade nas negociações que normalmente levam anos, ele dará suporte na criação de protocolos para abertura de novos mercados pelos órgãos nacionais.
Schut explica que é preciso haver uma mudança de pensamentos e ações, pois já algum tempo as frutas brasileiras têm sido exportadas para os mesmos lugares. Atualmente, 58% delas vão para a Europa.
“Estamos estagnados em alguns números, com isso estamos tendo um pouco de dificuldades em alcançarmos a meta do primeiro bilhão de dólares em exportação de frutas. É preciso o setor diluir riscos e abrir novos mercados”, disse Schut.
Alguns mercados já estão em processo de abertura e outros com início próximo, como o abacate para o Japão, Chile e Estados Unidos, uva para China e Coreia do Sul, melão para África do Sul, Filipinas e Vietnã.
A questão de novos mercados para o presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, que também participou da reunião, vai além da abertura, mas no que pode ser oferecido, de forma que agregue valor as frutas brasileiras para esses novos clientes.
Por: Telma Martes, comunicação Abrafrutas