A Associação Brasileira dos Produtores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS) participou ontem (28) do Webinar “Desafios e oportunidades para Irradiação de Alimentos no Brasil”, promovido pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) em parceria com o Sebrae.
O evento contou com a participação da ministra Tereza Cristina que afirmou ter interesse no assunto e que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) dará mais atenção ao tema de forma que possam alinhar as ações. “É um assunto que eu gosto, é muito interessante e precisa ser levando à frente. Queremos estar alinhados com vocês para encurtar o caminho e os processos”, declarou Tereza Cristina, durante webinar.
O assessor do Departamento de Coordenação do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron) do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Tiago Rusin foi o mediador do debate. Segundo ele, a irradiação de alimentos vem sendo estudada por um Grupo de Trabalho intitulado como GT7 que tem como objetivo impulsionar a aplicação da tecnologia nuclear na Agricultura.
O estudo aponta que os alimentos que são irradiados têm um tempo maior de conservação, além de controle de pragas e doenças, segurança sanitária e fitossanitária, ganhos para a saúde pública e abertura de mercados externos. As vantagens são diversas como redução de perdas no pós-colheita, redução de microrganismos deteriorantes, eliminação de microrganismo patogênicos e outros. A irradiação de alimentos, segundo apresentado por Rusin, já foi aprovada em mais de 55 países para mais de 35 alimentos e a lista tem crescido.
Recentemente foi realizado um projeto piloto em parceria com a Abrafrutas, IPEN, STERIGENIS e CENA (GSI/PR e Mapa) que constituía na irradiação de mangas. Na experiência foi constado que em um período de 35 dias as mangas não irradiadas havia larva de mosca e estava deterioradas, como mostra a imagem, enquanto as mangas irradiadas estava em perfeitas condições para consumo.
O presidente da Abrafrutas e palestrante do webinar, Guilherme Coelho, afirmou que aumentar o tempo de vida das frutas é de extrema importância para o crescimento das exportações, assim como para o consumo. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior exportador de frutas do mundo, porém, exporta-se menos de 3% do que é produzido e essa tecnologia favoreceria na abertura de novos mercados, automaticamente também no aumento das vendas para o mercado internacional já consumidores das frutas brasileiras.
O Secretário Executivo do Ministério da Agricultura, Marcos Montes, também palestrante, reafirmou o compromisso de avançar fortemente nessa ação importante. “A tecnologia irá auxiliar no desperdício de alimentos”, disse. Segundo a FAO um terço dos alimentos, ou seja 1,3 bilhão de toneladas de todos os alimentos produzidos no mundo é perdido ou desperdiçado a cada ano.
Já o diretor de Estudos e Prospecções da Secretaria de Política Agrícola (Mapa), Luís Eduardo Rangel ressaltou a importância da irradiação de alimentos para abertura de novos mercados. Ele afirma que essa tecnologia pode e deve ser vista como uma aliada, principalmente facilitando as questões sanitárias e fitossanitárias que são mais burocráticas no processe de abertura de novos mercados.
Segundo a ABDAN, este foi o quinto webinar da série Nuclear Trade and Technology Exchange (NT2E), em preparação da NT2E – evento previsto para abril de 2021.
Por: Telma Martes, comunicação Abrafrutas