Confira os principais destaques das exportações da cadeia de frutas do Brasil

 

Um olhar geral sobre as exportações de frutas

As exportações do setor de frutas caminham para mais um recorde a ser alcançado tanto em valores quanto em volume. No acumulado até outubro as vendas internacionais totalizaram 943 mil toneladas de frutas, volume 20,2% maior do que o total entre jan-out de 2020. A somatória do valor exportado foi de USD 925,4 milhões, 23,2% acima do registrado no mesmo período do ano passado.

O valor idealizado do setor é a marca de USD 1 bi de frutas vendidas ao mercado externo, e essa meta parece finalmente estar mais próxima do que nunca, dado que exportações do Brasil historicamente são concentradas no último trimestre do ano devido à abertura da janela no momento de entressafra no Hemisfério Norte. Nesse intervalo, entre out-jan, os produtores estão de olho em atender a demanda externa e ganhar espaço nas gôndolas dos supermercados europeus e americanos.

Apesar das exportações caminharem para o alcance da meta de USD 1 bi, há sinais de atenção rondando o mercado, como o aumento do frete marítimo, escassez de containers e custo elevado de embalagens, o que tem impossibilitado que maiores volumes fossem embarcados nos últimos meses.

Os destaques de ganhos de volume no acumulado até outubro/21 frente aos intervalo entre Jan-Out de 2020 foram as exportações de Maçãs (+36,5 mil t) , Mangas (+33,5 mil t), Limas e Limões (+20,9 mil t), bananas (+18,3 mil t) e uvas (+16,5 mil t). Com relação às cotações em USD, as maiores variações positivas foram observadas nos morangos (+44,8%), ameixas (+34,5%), e por fim, os cocos (+27,4%) comparado com os valores médios cotados entre jan-out de 2020.

Um dos fatores que impulsionaram as vendas externas foi a taxa média de câmbio enfraquecida ao longo do ano que barateou as frutas brasileiras no cenário internacional, além da demanda doméstica mais fraca em função do cenário econômico, o que estimulou os produtores a comercializarem para o mercado externo.

A seguir o resumo da performance de exportação das principais cadeias.

Manga

A somatória do volume exportado entre os meses de jan-out desse ano totalizaram 197,3 mil toneladas, 20% maior frente ao mesmo período do ano passado. Contudo, em relação aos preços, a tonelada da fruta perdeu valor quando comparado aos valores médios do ano anterior, sendo que nesse período houve uma depreciação das cotações de 8,5%. Uma das razões para a redução dos preços foi a recuperação da oferta de manga de dois importantes produtores, Peru e Equador.

Melão

A soma dos embarques totalizou 165,3 mil t, 7% acima do período que compreende entre jan-out de 2020. Já em relação aos preços, as cotações da fruta embarcada foram 5,5% acima dos preços médios praticados no mesmo período. Apesar das cotações estarem mais elevadas, os custos de containers e embalagens da fruta diminuem a margem do exportador, segundo o Hortifruti/Cepea.

Uva

Para a uva de mesa, o balanço dos dez meses do ano também é positivo. Houve um ganho expressivo no volume de 57% frente ao acumulado no mesmo período do ano anterior, totalizando 45,2 mil t. Já em relação aos preços médios do período, estes foram 6,5% menores do que os praticados há um ano, apertando a margem do exportador.

Mamão

As vendas externas de mamão também foram positivas, mesmo com a dificuldade relatada pelos exportadores em relação aos limites máximos de resíduos (LMR) mais restritivos principalmente na Europa, segundo o CEPEA. O volume embarcado foi 19% superior ao acumulado dos dez meses de 2020, somando 42,5 mil toneladas no período.

Na mesma esteira de aumento, as cotações praticadas no mercado também foram 3,4% superiores no mesmo período de comparação.

Expectativas

Por fim, a safra caminha para seu encerramento do ano com saldo positivo, aumentando o volume e com preços competitivos em mercados exigentes. O desafio a frente para o setor é manter a marca de USD 1 bi de exportações e a participação cativa nesse espaço conquistado pelo produtor nacional por meio de agregação de valor, redução de custos com tecnologia e a sustentabilidade econômica da atividade. O cenário para a próxima safra trará desafios quanto aos custos dentro da porteira em função das altas de preços dos fertilizantes e dos defensivos, bem como, aos LMR das frutas, visto que pode vir a ser mais um assunto a ser colocado nas discussões dos consumidores mundo à fora e que pode encarecer a fruta produzida internamente.

 

Fonte: ItauBBA