Veja o mapa da produção brasileira de abacate; Sudeste é o maior produtor nacional

Em nove anos, a produção de abacate no Paraná aumentou 91% em área e 60,9% em colheitas. Esse é um dos assuntos abordados no Boletim de Conjuntura Agropecuária, publicado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Em 2014 a produção foi de 22,2 mil toneladas plantadas em uma área de pouco mais de mil hectares, gerando um Valor Bruto de Produção (VBP) R$ 55,6 milhões.
Já a produção em 2023 alcançou 35,8 mil toneladas em uma área de 2 mil hectares, que gerou um VBP de R$ 89,7 milhões. Isso representou 2,6% da fruticultura estadual. Os levantamentos de 2024 já indicam um aumento na produção de abacate no Paraná, que serão confirmadas na publicação dos números oficiais no final do mês.
O Norte do Estado se destaca na produção, sendo o município de Apucarana o maior produtor da fruta no Estado, representando 88,1% da produção Estadual. Arapongas e Assaí seguem como segundo e terceiro maiores produtores, representando 7,3% e 6,7% das produções estaduais, respectivamente.
O engenheiro agrônomo do Deral, Paulo Andrade, analista de fruticultura, explica o motivo do aumento na produção da fruta.
“A fruta, antes vista como maléfica às questões nutricionais, hoje está comprovadamente como um superalimento funcional, contribuindo para as melhorias da saúde pública”.

Abacates do Paraná – Foto: Gilson Abreu/AEN
Paulo explica que a exportação da fruta no Brasil também tem crescido cada vez mais. “O Brasil hoje é sétimo produtor mundial, respondendo por 4% dessa produção. Das frutas exportadas pelo Brasil, é a oitava em volume, representando receitas de 36 milhões de dólares para embarques de 24 mil toneladas” conta. Isso faz com que o Brasil siga alcançado recordes sucessivos na balança comercial brasileira.
Suínos – Em 2025, o Brasil registrou o melhor 1º semestre em produção de carne suína desde o início da série histórica, em 1997. Foram 2,72 milhões de toneladas, o segundo maior resultado já alcançado. Resultado de um abate de 29,2 milhões de suínos, um aumento de 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa é de um novo recorde para o segundo semestre de 2025, já que, historicamente, o segundo semestre supera o primeiro.
Milho e Soja – Segundo a Conab, a safra nacional dos principais grãos pode ser a maior safra da história, superando 345 milhões de toneladas. Neste contexto soja e o milho representam 89% do total.
O Paraná representa 13% da produção no cenário nacional, contribuindo com cerca de 45 milhões de toneladas. A primeira safra de milho e soja no Estado já está concluída e a segunda safra de milho encontra-se mais de 86% colhida.
Café – Na última semana os preços recebidos pelos produtores pela saca de café beneficiado registraram a média de R$ 1.683,97. Os valores caíram nas primeiras semanas de agosto, mas reagiram nos últimos dias.
A expectativa é uma produção de 44,5 mil toneladas no Paraná, 10% a mais que em 2024, que foi de 40,3 mil, e também deve apresentar maior qualidade, mesmo com os problemas climáticos.
Frango – Em julho de 2025, o custo de produção do frango de corte no Paraná caiu para R$ 4,60/kg, puxado pela queda nos gastos com alimentação. Já o preço ao produtor subiu para R$ 5,01/kg, 12,6% acima do registrado há um ano. A relação de troca com milho e farelo de soja ficou mais favorável, ampliando a margem da avicultura paranaense.
Bovinos – No Paraná os derivados lácteos apresentaram alta de preços nos mercados em julho. O litro de leite longa vida atingiu R$ 5,04 (aumento de 1,25%) e o queijo muçarela registrou R$ 52,52 o quilo (+0,62%).
O produtor recebeu R$ 2,80 por litro no mês de julho. Isso representa 1,13% a menos que o mês anterior, mas ainda 1,58% a mais que o mesmo período do ano anterior. *IDR Paraná – 21/08/2025.

Veja o mapa da produção brasileira de abacate – Sudeste é o maior produtor nacional – O Sudeste é responsável por 80% da produção nacional, o Sul, por 10% e o Nordeste, por 8%. Apesar de o Sudeste se destacar, a produção nordestina é a que mais cresce.
São Paulo é responsável pelas maiores área e produção no Brasil. No que se refere a uso de alta tecnologia, além do estado paulista, Paraná e Minas Gerais também se sobressaem. O abacateiro se adequou melhor edafoclimaticamente nestes estados, que registram temperaturas nem tão frias e nem tão quentes e adequada pluviosidade. A colheita, de modo geral, é concentrada no primeiro semestre, mas isso depende de variedade para variedade.
Segundo os dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola), em 2022, São Paulo detinha 1,38 milhão de pés de abacate, sendo um milhão em produção, com a oferta totalizando 8 milhões de caixas de 22 kg. Ourinhos, São João da Boa Vista e Mogi-Mirim são as principais regiões produtoras do estado, colhendo 50% da oferta paulista em 2022.

Quais são as principais variedades produzidas no Brasil? – Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Abacate, mais de 500 variedades são conhecidas no mundo, e a Embrapa as classifica em dois grandes grupos: as de clima tropical (comuns em zonas menos altas – é o caso das variedades nativas brasileiras) e as de clima subtropical (que são melhores adaptados em altitude acima de 1.500 metros, como as mexicana e guatemalense – é o caso do avocado).
No Brasil, apesar de não haver estimativas oficiais, a Abacates do Brasil acredita que pouco mais de 11 mil hectares correspondem ao tropical, e quase sete mil hectares, ao avocado.
Ainda assim, outras variedades são cultivadas do País, sendo as principais: avocado (Hass), breda, fortuna, geada, margarida, ouro verde e quintal, o que permite que o País produza a fruta o ano todo, com a entressafra de uma variedade sendo complementada pelo início de outra. Apesar disso, a produção da fruta tem maior concentração no primeiro semestre, quando são colhidas as variedades de maturação precoce e de meia-estação, como geada, fortuna e quintal. Variedades mais tardias, como o breda e margarida, também são bem produtivas, mas têm produção bianual.
*Dados da IEA/HF Brasil – 24/04/2023.
Fonte: Revista da Frutas