‘Varais’ são muito semelhantes aos usados no cultivo de uvas.
No Horto Municipal de Curitiba, as sementes vão germinando com cuidado e atenção. Em cerca de 30 dias, surgem os primeiros sinais das variedades que, ainda pequenas, são semeadas nos recipientes adequados para depois se desenvolverem nas estufas.
Normalmente, dali, elas seriam envolvidas em sacos de plástico e esperariam mais alguns meses em viveiros para ganharem tamanho e vigor antes de serem usadas na arborização das vias públicas da capital paranaense. Mas uma nova técnica mudou esse roteiro.
A novidade é que agora, quando as plantas atingem cerca de um metro de altura, elas são fixadas em varais muito parecidos com os usados no cultivo de uvas.
A estrutura é feita de arames esticados de fora a fora, deixando as mudas amarradas e mais seguras. Ali, elas continuam se desenvolvendo antes de irem para as ruas.
“O sistema do varal também ajuda a muda a não tombar. Com o vento, ela fica fixa, sem nenhum dano para a planta e para o desenvolvimento dela”, diz José Roberto Roloff, diretor de arborização e produção vegetal.
“A fixação dela, a iluminação, o sol que fica ‘fixo’ nas plantas, a copa se desenvolve melhor e todo o nosso sistema de fértil-irrigação fazem com que a planta se desenvolva mais rápido e [vire] uma planta sadia, com um sistema radicular perfeito, para que ela se desenvolva melhor nos canteiros e nas ruas da cidade.”
A técnica também inclui um cuidado especial na fase inicial da raiz. As plantas são colocadas em “agropotes” com furos que não permitem que as raízes saiam dos recipientes.
“O próprio vento ou a iluminação fazem uma poda natural das raízes e direcionam as raízes para baixo, formando um sistema radicular perfeito, bem desenvolvido e faz com que a muda seja vigorosa tanto aqui na área de produção como na área de plantio”, explica Roloff.
O sistema tem funcionado bem: 80 mudas desenvolvidas com a técnica foram plantadas em um trecho da Linha Verde, uma das vias mais movimentadas de Curitiba. Todas estão firmes, passaram no teste e nenhuma foi substituída.
A intenção é usar esse novo modo para produzir plantas mais resistentes e menos sujeitas ao vandalismo, além de aumentar o cultivo de 19 mil para 25 mil unidades a cada ano. São ipês, araucárias, jacarandás, cerejeiras e sibipirunas.
“Nossa intenção é sempre estar melhorando e avançando nossa tecnologia. Podemos ser criativos também. Elas precisam de um cuidado para que se desenvolvam melhor, mais rápido e saudáveis. [Todos] temos que ajudar a cuidar, preservar, porque é um benefício para todos nós no futuro”, diz Roloffo.
Fonte: g1 PR e RPC