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Guerra faz frete subir quase 300% e preocupa produtores de frutas do Brasil

A guerra entre Rússia e Ucrânia vem agravando a crise na logística internacional, o que aumenta também a preocupação dos exportadores de frutas do Brasil. A Rússia não está entre os principais clientes da fruticultura brasileira. Mas a escalada de conflito piorou uma situação que já vinha sendo vivida desde o ano passado. E falta de navios e contêineres, deixando o frete ainda mais caro.

“Em 2020, a gente pagava US$ 4 mil para embarcar um contêiner de frutas para os EUA. No ano passado, o valor dobrou e neste ano já estão falando que vai custar US$ 11 mil”, relata Guilherme Coelho, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Frutas (Abrafrutas).

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Fonte do setor informou à Globo Rural que terminais portuários como os de Rottedma, na Holanda, estão congestionados. E que operadores de logística marítima têm afirmado que não há previsão de navios para este mês, nem perspectivas de normalização até o mês de abril, pelo menos. Uma saída para tentar mandar frutas para a Europa é usar uma rota de cabotagem de Salvador (BA) para Santos (SP).

Questionado sobre o assunto, o ministro da Infraesturtura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse apenas que o “Marco Legal da Cabotagem [aprovado em janeiro deste ano e transformado na Lei 14.301] cria novas hipótese para aumentar a oferta de embarcações”.

frutas (Foto: Cevisa/Reprodução)
Exportação de frutas vem sendo afetada pela crise logística, que ficou mais grave com a guerra entre Rússia e Ucrânia (Foto: Cevisa/Reprodução)

Freitas esteve, nesta terça-feira (15/3), na 26ª Intermodal, maior feira de logísitica da América Latina. Ele ainda afirmou que as privatizações dos portos também podem aliviar a oferta dos navios. “O segundo passo é o desenvolvimento da infraestrutura portuária, isso vem por meio de arrendamentos e desestatizações. Então, quando você alia investimento portuário e acesso a embarcações, você aumenta a oferta e esse é um processo que no médio prazo a gente vai resolver”, disse ao admitir que a solução para o setor não será imediata

Fertilizantes

Tarcísio Gomes de Freitas disse ainda que, em conjunto com o Ministério da Agricultura, a pasta da Infraestrutura deu instrução aos portos para tornar mais ágil o desembarque dos fertilizantes seja mais ágil. “Já montamos um esquema nos portos que recebem fertilizantes para que essa descarga seja feita da forma mais rápida possível, para que a gente não tenha navio de fertilizante parado em fila”, acrescentou Freitas.

Para Guilherme Coelho, da Abrafrutas, esse é o principal problema para o setor, em que pese o gargalo logístico para a exportação. Ele ressalta que a oferta o insumo está em risco desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, e que agora já toma outras proporções na Europa.

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“Estive na comitiva do presidente Jair Bolsonaro que visitou a Rússia em fevereiro. Nem se falou em conflito. Já tínhamos tudo alinhado com os empresários russos para elevar embarques de proteína animal e receber fertilizantes, mas a guerra desestabilizou tudo”, comentou.

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Privatizações

Durante a Intermodal, o ministro da Infraestrutura voltou a defender as privatizações, como a do Porto de Santos, cujo leilão está previsto para dia 30 de março. A pasta prevê R$ 30 bilhões em investimentos no Porto, sendo R$ 11 bilhões provenientes de novos arrendamentos portuários.

“Além disso, temos os R$ 19 bilhões que virão com a desestatização do Porto e aí estamos falando em acesso rodoviário, ferroviário e marítimo – com aprofundamento do canal de 15 para 17 metros -, se tornando um grande hub de contêineres”, explicou Freitas.

O governo vem apostando nas concessões também para a ampliação da malha ferroviária do país. “O Brasil vai ser um país ferroviário”, disse o ministro, ao ressaltar que a participação do modal deve dobrar de 20% para 40% nos próximos 15 anos. Com isso, a expectativa é de criar mais de 20 mil quilômetros de novos trilhos, com a previsão de R$ 240 bilhões em investimentos privados.

Para ele, um sinal de que a ampliação das ferrovias é promissora são os 80 pedidos de autorização de novas construções registrados junto ao Ministério, após a aprovação do Marco Legal das Ferrovias. “Com mais trilhos, o custo do frete do Brasil vai cair”, afirmou.