Colheita de mamão deve passar de 550 mil toneladas no ES e produtores miram exportações

O Werler Lorencine tem dez mil pés de mamão em Sooretama, no Norte do estado. Graças a chuva ele espera colher cerca de 100 toneladas esse ano, um crescimento de 43%.

“O clima ajudou né. Não foi excesso de chuva, porque mamão não gosta de muita chuva, tem que ser chuva normal. E quando chove demais, empoça água, e onde empoça água o mamão morre e diminui a produção. Esse ano graças a Deus o clima pra mamão foi excelente”, contou o produtor de mamão, Werley Lorencine.

O período de maior produção da fruta começou agora em setembro e vi até janeiro. E já está faltando mão de obra para dar conta de tanto mamão.

A Cleia e o marido aproveitam a época para aumentar a renda.

“Um extra que tem pra gente, hoje em dia não tá fácil você arrumar mão de obra aqui pra lavoura. Mas as que a gente consegue é bom”, disse a trabalhadora rural, Cleia Lourdes

O ano de 2023 começou difícil para os produtores. A chuva forte no começo de 2023 alagou lavouras, destruiu plantações e deixou agricultores no prejuízo. Só a partir de fevereiro que eles conseguiram recuperar o plantio.

“Nós tivemos um problema muito sério de ácaro no verão nesse ano. Mas como o clima ficou mais úmido, o clima ficou melhor, a planta ela tá bem mais estruturada. Então nós vamos ter nas próximas semanas uma fruta de pele melhor do que tava ano passado, com um preço bem acessível a todos os públicos consumidores no Brasil”, comentou o produtor e exportador de mamão Bruno Pessotti.

Com o maior volume de frutas no mercado, os preços despencaram cerca de 30%. Atualmente, quilo está sendo negociado em médio a R$1,50.

” A gente teve aí tempos bons de preço do mamão, então isso atraiu também mais produtores a fazer um investimento com a cultura. Então a gente acredita que há também um aumento de área plantada que vai retornar com grandes volumes de fruto”, comentou José Roberto Macedo Fontes, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex).

Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e exportadores de mamão, o diferencial é investir na qualidade.

“Se você conseguir um fruto de qualidade de exportação, a gente espera manter um preço satisfatório para o produtor. O problema é um volume muito grande com baixa qualidade. E aí isso cai muito o preço no mercado interno. Então a gente acredita que esse aumento de volume do mamão de qualidade vai favorecer um pouco mais as exportações também e as grandes redes de supermercado do mercado interno brasileiro”, finalizou o presidente.