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HORTIFRÚTI/CEPEA: Efeitos do clima no desenvolvimento das frutas 2024/25

HORTIFRÚTI/CEPEA: Efeitos do clima no desenvolvimento das frutas 2024/25No segundo semestre de 2024, o El Niño deu lugar para a La Niña, mas o fenômeno acabou sendo mais tardio, de intensidade moderada e de breve duração, com influência mais consolidada em janeiro/25. De acordo com a Climatempo, o enfraquecimento do fenômeno deve acontecer a partir de março, e a tendência é de que o outono e o inverno de 2025 apresentem clima com comportamento neutro. Independentemente das características da La Niña neste ano, as chuvas voltaram a ocorrer mais próximas da média histórica (pelo menos até a parcial de janeiro) no verão 2024/25. 

 Banana

A produção de banana em 2024 foi bastante prejudicada pelo clima e por questões fitossanitárias, cenário que limitou a oferta e impulsionou as cotações. Nas regiões de nanica, que estão no Sul e no Sudeste do País, as chuvas volumosas no começo de 2024 seguidas pelo tempo seco e quente estressaram os bananais, impedindo uma recuperação da produção. Quanto à prata, concentrada no Semiárido, o calorão ocorrido por diversos meses do ano e o registro de “mal-do-panamá” nas lavouras prejudicaram a produção. Para 2025, espera-se que, com um maior controle fitossanitário e com a retomada de chuvas regulares no Sudeste, a produção se recupere parcialmente.

 

 Maçã

A produção de maçã foi fortemente impactada pelo clima na safra 2023/24. O inverno/23 ameno e a primavera/23 chuvosa no Sul do País influenciaram negativamente o vigor da planta, na brotação e na florada, resultando em abortamento e em aumento da pressão de doenças, como glomerella e cancro europeu. Assim, o volume colhido caiu 25% frente ao da campanha anterior, passando para cerca de 830 mil toneladas. Para 2024/25, espera-se apenas uma leve recuperação da produção – apesar do clima um pouco melhor durante o desenvolvimento dos pomares, a formação de gemas florais desta temporada ainda foi prejudicada pelas chuvas da safra anterior e pelo registro de glomerella.

 

 Mamão

O ano de 2024 começou com um maior volume de mamão formosa, depois de as altas temperaturas em dezembro/23 terem acelerado a maturação dos frutos na roça. Porém, o cenário se inverteu no encerramento no primeiro semestre daquele ano, quando oferta passou a ser controlada, diante do clima mais ameno. Já em boa parte do segundo semestre, com os termômetros novamente em alta, a maturação das lavouras voltou a avançar, gerando excesso de oferta de setembro a novembro. Na segunda quinzena de dezembro de 2024, o maior volume de chuvas e as temperaturas elevadas passaram limitar a oferta – cenário que vem sendo verificado até atualmente. Para os próximos meses, a tendência é de que a oferta se estabilize, devendo crescer no início do segundo semestre de 2025.

 

 Melão

O impacto do clima sobre a produção de melão de 2024 foi pontual, ocorrendo apenas no começo do ano. As chuvas no Nordeste, sobretudo no primeiro trimestre, atrasaram o plantio do Vale do São Francisco (BA/PE) e aumentaram os casos de doenças, como cancro gomoso, míldio, oídio, mancha aquosa e barriga d’água. No RN/CE, as precipitações afetaram o fim da safra 2023/24, mas os impactos não foram tão severos quanto no Vale. Para 2025, espera-se uma boa produção. Cabe destacar, porém, que as chuvas em janeiro/25 prejudicaram novamente a produção do Vale do São Francisco, mas de forma menos intensa que em 2024.

 

 Melancia

Nos primeiros meses de 2024, as áreas do Rio Grande do Sul foram bastante afetadas por conta do clima chuvoso, que gerou atraso no início da colheita e perdas de produtividade. As primeiras áreas colhidas em Uruana (GO) também apresentaram redução de produtividade entre março e abril. No entanto, à medida que o segundo semestre de 2024 avançou, o tempo firmou em Goiás, garantindo um bom desenvolvimento da temporada e uma recuperação da produtividade. Este cenário de poucas chuvas e calor seguiu sendo registrado até as primeiras semanas de 2025, permitindo boa produtividade em Teixeira de Freitas (BA), nas praças gaúchas e também na safra principal de São Paulo. No entanto, a partir da segunda quinzena de janeiro, a permanência das altas temperaturas somada ao maior volume de chuvas na Bahia passaram a limitar o desenvolvimento das frutas colhidas na primeira parte da safra do estado.

 

 Manga

Ao longo do segundo trimestre de 2024, os pomares do Semiárido apresentaram menor oferta, reflexo das ondas de calor ainda em 2023, que limitaram o pegamento da fruta e geraram menor disponibilidade de mangas no período. Todavia, no decorrer do ano, com os melhores resultados quanto às induções florais e desenvolvimento dos pomares, a oferta nacional passou a crescer em todo o Semiárido, sobretudo no segundo semestre – áreas apresentaram mangas de boa qualidade e produtividade dentro do esperado. A exceção deste cenário foi São Paulo, onde os impactos das altas temperaturas do primeiro semestre resultaram em menor índice de pegamento nas áreas colhidas no semestre. Além disso, com a retomada das chuvas nos últimos meses de 2024, houve aumento dos casos de antracnose no estado paulista, limitando os resultados da temporada. Para 2025, diante do aumento das chuvas e das temperaturas elevadas no Semiárido desde dezembro do ano passado, os pés de manga estão passando por dificuldades na indução floral, com muitas áreas em período vegetativo, quando deveriam estar em florescimento. Deste modo, espera-se que oferta no Semiárido seja restrita, pelo menos ao longo do próximo trimestre.

 

 Uva

A uva foi uma das frutas mais prejudicadas pelo clima em 2024, devido à sua maior sensibilidade. O ano de 2024 começou com as safras 2023/24 do Paraná e de São Paulo sendo afetadas por chuvas e por altas temperaturas, que resultaram em quebra da produção e em aumento da incidência de doenças (glomerella e podridão). Para a safra do meio de ano (2024), a produtividade foi razoável em São Paulo e em Minas Gerais, mas um pouco inferior ao ideal, devido ao clima quente e seco. O Vale do São Francisco (BA/PE), que produz durante o ano todo, também apresentou quebra de produção em 2024, em decorrência das chuvas do primeiro trimestre. Para 2025, as chuvas seguem impactando a produção do Vale, mas em menor intensidade – assim, a produtividade pode se recuperar no decorrer deste ano. A safra 2024/25 do Paraná e de São Paulo também foi prejudicada pelo clima, sobretudo a paranaense, que registrou chuvas volumosas em dezembro/24.

 

Para saber mais sobre o “La Niña fraca beneficia produção de verão dos HFs”, leia a edição de fevereiro da revista Hortifruti Brasil.

Fonte: Hfbrasil.org.br