
Frio e altitude favorecem o cultivo da maçã em São Joaquim, cidade que responde por mais de um terço da produção nacional da fruta. (Foto: Aires Mariga/Epagri)
O inverno rigoroso e prolongado, com temperaturas abaixo de 7,2°C, em São Joaquim (SC) não é apenas um atrativo para turistas que se animam em conhecer a neve. São justamente as baixas temperaturas do município, localizado a uma altitude de 1.360 metros do nível do mar, que favorecem a produção de maçãs na localidade que se tornou referência nacional relacionada à fruta.
A cidade é responsável por cerca de 34% da produção nacional da fruta e 63% da estadual, conforme dados da Secretaria da Agricultura de São Joaquim. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), em 2024 a safra foi de aproximadamente 270 mil toneladas de maçã no município.
A área plantada subiu para 11 mil hectares e a expectativa da Epagri é de que a produção alcance, na safra de 2025/2026, cerca de 370 mil toneladas, um aumento de até 30%, visto que nos últimos anos as condições climáticas não foram muito favoráveis à cultura.
Frio propicia maçã de coloração intensa, crocante e de sabor doce
Conforme previsão do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri, em Santa Catarina, mesmo com as condições climáticas não tão favoráveis, a produção de maçãs para a próxima safra deve alcançar 615 mil toneladas, um crescimento de 28% em relação ao ano anterior. Apesar de uma leve redução de 0,3% na área cultivada, a produtividade média deve aumentar 28,4%, chegando a 35,7 mil kg por hectare.
“Este ano tivemos mais de 900 horas de frio, 300 horas a mais que em 2024. Isso faz com que a fruta tenha uma boa brotação e, consequentemente, uma boa frutificação, favorecendo o processo produtivo”, explica o engenheiro-agrônomo e extensionista rural da Epagri, Marcelo Cruz de Liz.
O frio também é a condição que propicia uma fruta de coloração intensa, crocante e com sabor doce. O fruticultor Maurício José Montibeller, que cultiva maçãs das variedades Gala e Fuji, além de clones como Fuji Suprema e Fuji Michima, há 40 anos, confirma que a fruta é altamente rentável. “Com poucos hectares uma família sobrevive. Eu, por exemplo, tenho seis hectares plantados”, conta.
Fonte: Gazeta do povo



