Podem ser divididos em duas classes: os macrobiológicos e os microbiológicos
A agricultura na última década tem se preocupado por garantir alimentos com maior qualidade e menor uso de defensivos com toxicidade elevada; e isso se dá pensando nos riscos à saúde humana, animal e ambiental.
Nos últimos anos a União Europeia, seguida por outros países, tem guiado um processo de adoção de produtos com baixa toxicidade promovendo uma agricultura mais sustentável, onde muitas moléculas químicas nesse processo foram banidas como por exemplo: paraquate, acefato, carbendazim, entre outros.
O fato é que sem defensivos, a produtividade média das culturas seriam muito prejudicadas, já que adoção de uma agricultura em larga escala com foco na preocupação em alimentar a população mundial é crescente, e torna-se um desafio cada vez maior para toda a cadeia produtiva.
Nesse contexto, surge o registro e a utilização crescente de produtos biológicos, que são insumos agrícolas de origem natural onde seus ingredientes ativos, que promovem o controle, são organismos extraídos do próprio meio ambiente, constituindo um ativo biológico que pode ser utilizado para produzir tecnologias e produtos sustentáveis para controle de pragas e doenças em diversas culturas.
Os produtos biológicos podem ser divididos em duas classes: os agentes macrobiológicos (ácaros, insetos e nematóides) e os microbiológicos (vírus, bactérias e fungos). A tecnologia não é tão nova quanto se pensa, em 1950 foi feita a primeira publicação em biocontrole de doenças de plantas, onde foi realizada a inativação do vírus do mosaico comum do fumo pelo filtrado de cultura do fungo (Trichoderma sp.), a partir daí houveram vários estudos e, em 2014, surgiu o primeiro produto com registro a base de bactéria (Bacillus subtilis).
A grande inovação veio em 2019 com a empresa Agrivalle, que fez o primeiro registro de um produto complexo com a junção de três microrganismos em um único produto, promovendo um controle mais eficiente de doenças, trabalhando o conceito de mix de microrganismos.
Outro grande avanço para promover maior eficiência foi o investimento em tecnologias para ampliar o tempo de prateleira ou “Shelf-life” dos produtos para garantir melhor seu uso e a sua distribuição, além de melhorias contínuas em bioprocessos para a produção em larga escala, nesse contexto outro limitante quando comparamos produtos biológicos atuais com os da década passada é no que tange às formulações dos produtos, com o avanço em pesquisa e desenvolvimento nesse quesito, as possibilidades aumentaram e a mistura e associação a outros defensivos aconteceram, bem como uma melhor aplicabilidade, garantindo rendimento operacional ao agricultor.
Nesse cenário é importante que o agricultor esteja atento a adoção dessas tecnologias, pois o mercado mundial assim como o mercado interno irá cobrar cada vez mais por alimentos com menor resíduo, menor toxicidade, além de maiores restrições a produtos químicos, com a finalidade de garantir altas produtividades nas culturas com baixo risco a saúde humana e ambiental, tornando cada vez mais a importância de utilização da tecnologia de produtos biológicos na agricultura evidenciada.
* Por Marcelo Diniz, pesquisador da Agrivalle
Fonte: Agrolink