A Embrapa Meio-Norte sediou, no último dia 11 de setembro, o seminário “Profruti: avanços tecnológicos e inovação na fruticultura piauiense”, realizado com o objetivo de apresentar para a sociedade os resultados do projeto e discutir perspectivas para o fortalecimento do setor no Piauí. A programação do evento constou de apresentações sobre os resultados do projeto e as perspectivas para o futuro da fruticultura no estado, além de depoimento de produtora e uma mesa redonda que debateu a atuação do poder público no setor.
O Projeto de Transferência de Tecnologia e Inovação (Profruti), que está finalizando as atividades da primeira fase, busca o desenvolvimento da fruticultura irrigada no Piauí por meio das tecnologias e inovações desenvolvidas pela Embrapa e seus parceiros. De acordo com o coordenador do projeto, pesquisador da Embrapa Meio-Norte Valdemício Ferreira, o Profruti é uma estratégia para o desenvolvimento da fruticultura piauiense. “Trabalhamos para colocar a fruticultura do Piauí em um patamar mais elevado”, afirma.
Em sua palestra sobre as perspectivas de expansão do setor, Ferreira citou aspectos positivos como o aumento do consumo de frutas; novos mercados regionais, nacionais e para exportação; recursos naturais do estado, que favorecem a atividade; novas tecnologias e inovações produzidas pela Embrapa e demais instituições de pesquisa e desenvolvimento no Brasil; novas áreas irrigadas para a fruticultura; novas espécies frutíferas sendo inseridas nos sistemas de produção; além de variedades de frutas que são lançadas pela Embrapa anualmente. Ele abordou também os aspectos de clima e solo do Piauí, favoráveis à atividade, como áreas agricultáveis e grande volume de águas.
“Em todo o estado do Piauí, fazendo adaptações, é possível produzir uva, uma cultura que tem exigências em relação às condições climáticas”, exemplificou.
Mas, para que o setor se consolide, o pesquisador acredita que são necessárias decisões políticas; organização do setor produtivo; investimentos públicos e privados; acesso fácil ao crédito; assistência técnica assídua, continuada e de qualidade; tecnologia e inovação; e novos mercados, que precisam ser abastecidos com regularidade de produção e entrega. Ele afirma que o trabalho integrado das instituições com o setor produtivo é que vai proporcionar o desenvolvimento sustentável da fruticultura.
Os resultados, entregas e impactos do Profruti foram apresentados pelo pesquisador Francisco Seixas, da Embrapa Meio-Norte. A equipe do projeto implantou Unidades Técnicas de Referência, realizou dias de campo, eventos e capacitações para produtores. Além disso, validou e ajustou tecnologias da Embrapa e produziu publicações que serão disponibilizadas para os produtores.
Um dos aspectos mais relevantes do Profruti é o caráter participativo da construção do projeto, como ressaltou a agricultora Maria de Lourdes Pereira de Sousa, membro do Movimento Sem Terra (MST), no assentamento Marrecas, município de São João do Piauí.
“A Embrapa não chegou impondo as tecnologias, tudo foi pensado junto com a gente”, afirmou.
Ela produz diversas cultivares de uva e afirma que a participação no projeto é motivo de orgulho e esperança para os agricultores familiares.
Mesa redonda aponta necessidade de investimentos e ação política
A mesa redonda contou com a participação de Valdemício Ferreira, Anísio Lima Neto (chefe-geral da Embrapa Meio-Norte), Merlong Solano (deputado federal- PT), Francisco Limma (deputado estadual -PT), João Xavier (presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Piauí – Fapepi) e Márcio Polla Conte (agricultor).
As discussões convergiram para o entendimento de que o Piauí tem condições de desenvolver a fruticultura irrigada, mas precisa de maiores investimentos e, principalmente, de uma atuação política direcionada ao setor. O deputado Solano afirmou que continuará sendo parceiro da Embrapa, destinando recursos para a empresa. “Estou à disposição não apenas para discutir o assunto, mas também para construirmos soluções”. Francisco Limma também enfatizou a importância de influenciar as decisões políticas que transformam a realidade do estado. O presidente da Fapepi, financiadora do projeto, ressaltou a importância do projeto afirmando que o Profruti é a base estruturante do programa de desenvolvimento da fruticultura no estado do Piauí.
Fonte: Embrapa