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Com biodiversidade única, Caatinga é fonte de oportunidades para produtos e alimentos diferenciados

Mapeamento aponta espécies com potencial para fabricação de cosméticos naturais. Um dos destaques é a cera de carnaúba

Foto: iStock

Com cerca de 844.453 Km², a Caatinga representa aproximadamente 70% da área da Região Nordeste e 10% do território nacional.

O bioma abriga em torno de 28 milhões de pessoas, nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Maranhão e parte da faixa norte de Minas Gerais. Nas comunidades indígenas, os primeiros habitantes da região a chamavam assim porque na estação seca a maioria das plantas perde as folhas, prevalecendo na paisagem a aparência clara e esbranquiçada dos troncos das árvores. Daí o nome Caatinga, que significa “floresta branca”.

Localizado na região semiárida, a Caatinga, é o único bioma exclusivamente brasileiro, com fauna e flora diversificadas e diversas espécies endêmicas, isto é, que só ocorrem nesse bioma. De acordo com especialistas, a flora da Caatinga é uma fonte interminável para a elaboração de produtos baseados na biodiversidade, com um enorme potencial, por exemplo, para a fabricação de fitoterápicos e fármacos.

O bioma abriga três espécies vegetais com potencial para mercados diferenciados, de acordo com mapeamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Extrato de melão de São Caetano, extrato de arnica e cera de carnaúba estão entre as 26 cadeias de valor identificadas pelo projeto ArticulaFito – Cadeias de Valor em Plantas Medicinais, o maior mapeamento de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e alimentícias já realizado no Brasil. Os três produtos – com origem no Rio Grande do Norte (RN) – são considerados promissores para o mercado de cosméticos naturais.

A coordenadora técnica e executiva do ArticulaFito, Joseane Carvalho Costa, que é pesquisadora da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), explica que cadeias de valor são sistemas produtivos que utilizam de forma sustentável recursos da sociobiodiversidade e contribuem com a conservação ambiental, o desenvolvimento econômico e a redução de desigualdades.

“Por terem agricultores familiares e povos e comunidades tradicionais em suas bases produtivas, essas cadeias agregam valores étnicos, históricos, sociais, culturais e ambientais aos seus produtos. Assim, o fortalecimento das cadeias de valor de produtos da sociobiodiversidade representa grande oportunidade para o desenvolvimento econômico local, a partir de ações que integrem produção sustentável e geração de renda, aliando conservação da biodiversidade e empoderamento social das populações extrativistas e dos agricultores familiares”, afirma.

No bioma, também são obtidos alimentos importantes para a vida dos catingueiros e para as economias locais, como o umbu, o licuri, o caju, a mangaba, o mandacaru, o maracujáda-caatinga, o mel extraído de vários tipos de abelhas nativas, entre outros.

Árvore da vida

Conhecida em muitas regiões como a “árvore da vida”, a palmeira da carnaúba, que aparece representada na bandeira de alguns estados do Nordeste, não recebeu esse reconhecimento apenas pela sua abundância e importância nas paisagens, mas também pelo seu potencial diversificado, uma vez que tudo na carnaúba pode ser aproveitado – tronco, frutos, folhas, palmito, raízes e sementes – para alimentação, artesanato, cosméticos e produtos farmacêuticos.

O pó cerífero da carnaúba é o produto de maior importância econômica, sendo base para a produção de diferentes tipos de cera, utilizadas em diversos segmentos da indústria – automobilística, de tintas, vernizes, limpeza, eletroeletrônica, cosméticos, alimentos, dentre outros.

Foto: Louisa Losing/GIZ/Direitos Reservados

 

A produção de pó e da cera de carnaúba são atividades relevantes, especialmente nos estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. É a principal fonte de renda para milhares de trabalhadores rurais na época da seca, quando as atividades de extração do pó da carnaúba ocorrem com mais intensidade.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem buscado apoiar iniciativas que colaborem para que as organizações da agricultura familiar na Caatinga impulsionem a agregação de valor à sua produção e identifiquem melhores mercados que reconheçam a origem de seus produtos.

Carnaúba Sustentável

A Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, em parceria com a Cooperação Técnica Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da GIZ, desenvolve, desde 2016, o Projeto Ação do Setor Privado sobre Biodiversidade (PBAB), com o apoio financeiro do Ministério Alemão de Meio Ambiente (BMU), no âmbito da Iniciativa Internacional pelo Clima (IKI).

Entre as ações apoiadas pelo projeto está a “Iniciativa Carnaúba Sustentável”, que visa integrar produtores, empresas e consumidores em uma aliança multi-stakeholders, envolvendo boas práticas de manejo e gestão em todas as etapas dos processos produtivos. A ideia é demonstrar como, na prática, é possível a parceria entre empresas de diferentes setores, com governo, sociedade civil organizada e cooperação internacional, em torno de objetivos comuns como, por exemplo, para promover a melhoria das relações de trabalho, de manejo dos recursos naturais e da qualidade da produção.

Como resultado da iniciativa, foram produzidos 12 vídeos e um manual que destacam a importância do manejo da carnaúba como espécie-chave para a sustentabilidade social, ambiental e econômica da Caatinga. O material apresenta, de forma direta e clara, recomendações sobre as melhores práticas para esta cadeia produtiva.

>> Clique aqui e assista a série de 12 vídeos sobre Boas Práticas Carnaúba

Leia Manual de Boas Práticas na Cadeia Produtiva da Carnaúba

Fonte: Mapa