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Mapa registra primeira unidade móvel produtora de açaí

As agroindústrias instaladas em unidades móveis, como balsas, possibilita a produção de frutas em regiões sem adequada estrutura de industrialização
Foto: Divulgação/Bertolini da Amazônia

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) registrou o primeiro estabelecimento móvel produtor de bebidas do Brasil. O registro, feito nesta quinta-feira (6), somente foi possível após a publicação da Instrução Normativa nº 04/2021, que alterou a IN nº 72/2018. A balsa processadora de açaí pertence à empresa Bertolini da Amazônia Ltda.

A instalação de agroindústrias em unidades móveis viabiliza a produção em regiões onde há lavouras de frutas, mas que não dispõem de adequada estrutura de industrialização.

“O registro de estabelecimentos móveis permite o acesso à regularização da produção de bebidas em localidades de difícil provimento de serviços públicos, sem dispensar os controles e condições higiênico-sanitárias exigidos para qualquer outro estabelecimento de bebidas”, destaca o coordenador-geral de Vinhos e Bebidas da Secretaria de Defesa Agropecuária, Carlos Muller.

A agroindústria móvel conta com uma linha de produção completamente automatizada, com capacidade de processamento de 20 toneladas de frutos e 12 toneladas de polpa congelada de açaí por dia. Além disso, tem três câmaras frigoríficas com capacidade para 300 toneladas de armazenamento.

“O açaí é um fruto que tem o tempo de vida muito curto e isso sempre foi uma dificuldade no estado do Amazonas, onde as distâncias são medidas em dias de navegação. O registro da balsa junto ao Mapa vai permitir levarmos a fábrica aos locais onde existe o fruto e que, até então, não tinha como escoar essa produção. Teremos o ganho de qualidade no nosso produto”, destaca o assistente do grupo Bertolini, Fábio Gobeth.

Além do açaí, outros frutos também podem ser processados pela agroindústria móvel como cupuaçu, taperebá, acerola, camu-camu, abacaxi, melancia, araçá, graviola, manga, maracujá, babaca, patauá, goiaba e caju.

Foto: Divulgação/Bertolini da Amazônia

O estabelecimento irá beneficiar mais de 5 mil famílias, com a criação de 50 empregos diretos para as comunidades locais durante as viagens realizadas e a injeção de R$ 5 milhões anuais, eliminando o atravessador.

Os procedimentos de registro contaram com o apoio da Coordenação de Fiscalização de Vinhos e Bebidas e da Superintendência Federal de Agricultura do Rio Grande do Norte. “Foi uma experiência muito interessante e desafiadora, pois, diante do projeto apresentado, realizar uma vistoria remotamente nos trouxe um grande carga de responsabilidade, principalmente por se tratar da primeira solicitação de registro de estabelecimento em uma unidade itinerante, somado ao fato de se tratar de um grandioso empreendimento”, relata o auditor fiscal federal agropecuário, Eduardo Libório.

Sustentabilidade

A balsa processadora é um projeto inovador que usará energia solar e das águas dos rios para funcionar. Os filtros de água instalados transformam a água captada do rio em água potável para os tripulantes. Além disso, quando esta água for devolvida passará por um sistema de tratamento de efluentes que a deixará limpa e com qualidade superior à de quando foi retirada do rio para utilização na fábrica.

Fonte: Mapa