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Uva e manga, a força do Vale do São Francisco

Mesmo com a pandemia da Covid-19, exportações de frutas cresceram 17,93% no primeiro trimestre deste ano, comparado ao mesmo período de 2020

A uva da região tem preferência dos importadores do Reino Unido, Holanda e Estados Unidos
A uva da região tem preferência dos importadores do Reino Unido, Holanda e Estados Unidos – Foto: Flávio Japa

A pandemia da Covid-19 afetou as vendas das produções brasileiras para mercados internacionais. Mas há setores que conseguiram se sobressair e até crescer, mesmo diante deste cenário tão adverso. Esse foi o caso das frutas produzidas na região do Vale do São Francisco, em Pernambuco. As exportações de uva e de manga tiveram crescimento robusto este ano. Somando as duas frutas, o crescimento foi de 17,93% no primeiro trimestre de 2021 comparado ao mesmo período de 2020. Em receita, o aumento foi de 26,3%.

Os países que são os maiores importadores da manga do Vale são Holanda, Estados Unidos e Espanha. Já a uva, encontra na Holanda, no Reino Unido e nos Estados Unidos seus maiores consumidores. “Essa pandemia provocou uma adesão ao consumo de alimentos saudáveis. Essas frutas são ricas em vitaminas e lá fora o consumo foi direcionado para esses itens naturais, assim conseguimos manter o fluxo”, disse o gerente executivo da Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), Tassio Lustoza.

Expectativa é de melhora
Nos três primeiros meses de 2021, foram exportadas 27.114 toneladas das duas frutas, o que representou US$ 34 milhões em negócios. No mesmo período do ano passado, foram exportadas 22.993 toneladas, somando uma receita de US$ 27 milhões. “Diferentemente de 2020, este ano teve um menor volume de chuvas na região do Vale do São Francisco, o que foi bom porque não gerou perda na qualidade da fruta. A chuva no ano passado foi além do que se esperava, então não foi tão interessante. Para exportar, a qualidade da fruta precisa estar muito boa”, disse Lustoza.

“Para exportação, 2021 deve ser um ano muito interessante porque a pandemia pode diminuir e melhorar a situação no segundo semestre lá fora, período em que se concentra o maior volume de exportação”, complementou ele.

Manter a rotina de produção nas empresas durante este momento de pandemia tem sido um desafio para todos os segmentos. Mas as empresas do Vale conseguiram sustentar a produção. “No Vale, estamos trabalhando com todos os protocolos e seguindo as medidas de segurança no combate à Covid-19. Uso de álcool, máscara e divisórias acrílicas nas linhas de produção são algumas ações feitas nos locais”, informou o gerente da Valexport. Se somar a manga e a uva, a produção anual no Vale está em torno de um milhão de toneladas. E, segundo Lustoza, esse número deve permanecer este ano, sem queda.

“Estamos tendo também no Vale um crescimento de área de produção. Não temos como saber o número exato, mas estima-se um aumento entre 37 e 40 mil hectares de áreas para produção da manga, o que também impulsiona a exportação”, disse Lustoza. Expectativa é de melhora no mercado interno.

Apesar da venda para o mercado nacional não acompanhar os mesmos volumes para exportação, a expectativa do setor é de uma melhora interna no segundo semestre deste ano. “O consumo reduziu no mercado brasileiro nos últimos meses, muito prejudicado pela crise. Isso porque tivemos problema para escoar a produção, já que muitos empreendimentos, como restaurantes, empresas, bares, estiveram fechados durante o período por causa da pandemia. Mas a nossa previsão é de melhora no mercado interno a partir dos próximos meses, contando a partir de junho, pela flexibilização das atividades”, explicou Lustoza.

Fonte: Folha de Pernambuco