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RS: safra de bergamota de São Sebastião do Caí é oficialmente aberta

Mais de 200 pessoas participou do evento que abre oficialmente a safra de bergamota em São Sebastião do Caí

Um público de mais de 200 pessoas participou no sábado (04/06) do evento que abre oficialmente a safra de bergamota em São Sebastião do Caí. A ação, que inaugura a colheita da variedade Caí no município, foi realizada na propriedade dos agricultores Lourdes e Paulo Orth, da localidade de Vigia. Com organização da Emater/RS-Ascar – vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), do Governo do Estado -, Prefeitura e Associação dos Citricultores de São Sebastião do Caí (Caicitrus), a atividade visa valorizar a citricultura, que tem crescido no município com investimentos em novos pomares, políticas públicas para o setor e acesso permanente ao serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters).

A extensionista da Emater/RS-Ascar Kátia Huber destacou que a previsão é de que sejam colhidas 21,6 milhões de quilos de citros no município, sendo 12 milhões de quilos de bergamotas. Num comparativo com anos anteriores, Kátia observa que as questões climáticas observadas neste ano podem contribuir para uma eventual perda de até 15%. “Especialmente no que diz respeito a novos pomares e cultivo de mudas”, avalia, lembrando que em São Sebastião do Caí são 578 hectares plantados de bergamotas e um total de 986 hectares de citros.

Anfitrião do dia, Paulo comemora aquilo que deverá ser considerada uma safra satisfatória, com uma colheita de 30 toneladas no ano somente de bergamotas – a área total de citros é de 10,5 hectares plantados. Integrante da Caicitrus, cuja sede fica junto à propriedade, comercializa a maior parte da produção por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “Atendemos mais de 40 escolas na região, Vale dos Sinos e grande Porto Alegre”, salienta, explicando ainda que a cooperativa, integrada por 25 famílias, também vende outras frutas e hortaliças, além de aipim, feijão e outras variedades.

Na primeira vez que recebe um público tão grande em sua propriedade, dona Lourdes, a mãe de Paulo, se mostrou entrosada em meio aos participantes. Do alto de seus 71 anos a integrante do grupo de mulheres das comunidades de Vigia e Monjolo esteve presente em todas as etapas que viriam a concretizar uma ampla oferta gastronômica aos visitantes, de pasteis a bolos, passando por biscoitos e geleias, tudo elaborado com bergamotas da família. “Eu me sinto muito orgulhosa do resultado apresentado aqui hoje”, se emocionou a extensionista da Emater/RS-Ascar Angélica Hoffmann Kussler, em sua manifestação no ato.

Dona Lourdes se tornou viúva quando Paulo tinha apenas quatro anos e desde então sempre trabalharam juntos na citricultura. Aos 37 anos, Paulo afirma haver eventuais dificuldades, que são superadas pela qualidade de vida do local e pela oportunidade de cultivar alimento de qualidade para o público. Nesse contexto, a Caicitrus representou um avanço, especialmente no que diz respeito à logística. “Hoje estamos organizados, estruturados”, afirma, sem esquecer questões que representam gargalos, como a alta do preço dos insumos e a própria pandemia em si. “Foi algo meio imprevisível”, diz.

Na fala das autoridades o tom foi de emoção, especialmente do prefeito Júlio César Campani, que destacou as melhorias em infraestrutura, que possibilitaram a consolidação de 6,5 km de capeamento e finalização asfáltica na comunidade. Outras autoridades, como representantes de entidades como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), deputados federais e estaduais, as soberanas do município, além dos gerentes regional e adjunto da Emater/RS-Ascar Cristiano Laste e Carlos Lagemann também prestigiaram a ação.
Por: EMATER/RS