Alinhado ao combate às mudanças do clima, plano deve ressaltar a importância da conservação dos recursos e o uso inteligente dentro das propriedades rurais
Um grama de solo pode ter mais de 1 bilhão de microorganismos, como fungos e bactérias, com diferentes funções ecológicas (Foto: Divulgação) — Foto: Globo Rural
A Embrapa Solos começa a construir a partir de quarta-feira (7/12) o que sugere ser o Plano Nacional de Gestão Sustentável de Solo e Água. De acordo com o pesquisador da unidade, Aluísio Granato de Andrade, o objetivo é “fazer o intercâmbio de experiências exitosas em conservação de solo e água” e com a participação de diferentes integrantes da sociedade civil seguir com o desenvolvimento do plano durante o primeiro semestre de 2023.
Segundo a Embrapa, a ideia é construir um plano que aproveite todo o arcabouço da política nacional de recursos hídricos e que se insira a conservação do solo dentro desta política ao lado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Agência Nacional de Águas (ANA).
“Existe carência de uma política robusta no Brasil que tome conta do recurso solo”, avalia Granato. “Este é um projeto nacional no qual esperamos contar com a participação de diferentes segmentos da sociedade. Quanto maior o número de pessoas, massa crítica, envolvida na gestão sustentável de solo e água melhores propostas podem acontecer”, diz.
Parceiro da Embrapa Solos nesta construção do Plano, o Instituto Taquari Vivo deve contribuir com a experiência do Consórcio Cerrado das Águas (CCA). Os solos arenosos que dominam a região do Alto Taquari (MT) apresentam, naturalmente, baixa fertilidade e capacidade de retenção de água.
O adequado manejo desses solos é fundamental para manter as pastagens produtivas, a base para uma pecuária de corte rentável. O desafio na região ainda maior quando se analisa o regime das chuvas. Em alguns meses chove muito e, no restante, a seca pronunciada exige estratégias para se ter alimento disponível e de boa qualidade ao rebanho durante todo o ano.
“Solos mais arenosos têm o desafio da baixa fertilidade e capacidade de retenção de água, portanto são mais suscetíveis a processos de degradação e erosão. Essa é uma realidade da região, por isso apresentamos possíveis soluções, como a recuperação e renovação de pastagens, e até mesmo a integração lavoura-pecuária como estratégia de melhoria desses solos”, aponta Renato Roscoe, diretor executivo do Instituto Taquari Vivo (ITV).
Fonte: Globo Rural