O maracujá doce é uma planta tropical originária do Brasil, apesar de seu cultivo não ser amplamente difundido no País. A fruta é altamente nutritiva e rica em vitaminas A, B3 e C, e minerais como cálcio, cobre, ferro, fósforo e potássio, contribuindo para o fortalecimento do sistema imunológico e para a reparação de tecidos do corpo.
Os frutos do maracujazeiro podem ser utilizados na alimentação humana, nutrição animal e nas indústrias farmacêutica e cosmética. No entanto, por ser muito adocicado, essa espécie de maracujá não é utilizada na produção industrial. Seu consumo é realizado na forma de doces, geleias, licores, suco e sorvete.
Considerando todas as variedades de maracujá, o Brasil produz quase 700 mil toneladas por ano da fruta, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os maiores Estados produtores são, respectivamente, Ceará, Bahia, Santa Catarina, Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo.
Qual a diferença do maracujá doce para o maracujá comum?
Embora pertençam à mesma família botânica, o maracujá doce e o maracujá comum são duas espécies diferentes, com características físicas e medicinais próprias. A principal diferença entre elas, além da acidez da polpa, é o tamanho e formato dos frutos.
As frutas da Passiflora edulis f. flavicarpa (maracujá comum ou azedo) são redondas, com casca amarela e grossa, pesam entre 40 gramas e 250 gramas, a polpa é amarela ou laranja e contém elevados índices de acidez. Entre os benefícios para a saúde, o maracujá azedo tem propriedades sedativas e diuréticas.
Já a espécie Passiflora alta curtis (maracujá doce) tem frutos ovais, parecidos com o mamão papaia, e podem pesar de 90 gramas a 30 gramas. A casca é lisa, com coloração amarela ou laranja brilhante, podendo ser usada em saladas e compotas. A sua polpa é translúcida, suculenta e doce, e pode ser utilizada para combater a insônia e a ansiedade.
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Como cultivar o maracujá doce?
O cultivo do maracujazeiro pode ser realizado nas regiões tropicais e subtropicais, com solos arenosos ou levemente argilosos, profundos e com boa drenagem para inibir o desenvolvimento de doenças na raiz. A primavera é o período mais indicado para iniciar a plantação, e a colheita acontece de 6 meses a 9 meses após o início do plantio.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vem pesquisando tipos de maracujá doce com elevada produtividade e resistência a pragas. O BRS Mel do Cerrado é o primeiro destinado ao mercado de frutas especiais de alto valor agregado, podendo ser cultivado estufa, sítios, chácaras e no ambiente urbano.
Veja como cultivar o maracujá doce.
Propagação
O maracujazeiro é cultivado, geralmente, por meio das sementes. Elas podem secar diretamente no interior do frutos ou serem retiradas e colocadas em um recipiente de vidro ou louça para fermentar. O produtor deve ficar atento para retirar sementes de frutos colhidos de diferentes plantas para garantir um plantio mais eficaz.
Poda
A primeira poda deve ser realizada duas semanas após o plantio, com a eliminação dos brotos laterais, deixando apenas o ramo mais vigoroso, para garantir um desenvolvimento mais rápido do maracujazeiro. No período de entressafra, uma poda de limpeza é necessária para retirar ramos secos ou doentes e reduzir o risco de contaminação de novas brotações.
Tutoramento
O maracujazeiro é uma planta trepadeira. O fruticultor deve utilizar estacas para tutorear o ramo mais vigoroso. No topo das estacas, fios de arames laterais podem ser utilizados para que o vegetal desenvolva uma espécie de “cortina” de folhas, que se abrem desde o topo até o solo.
Manejo de doenças e pragas
As principais doenças que atacam o maracujazeiro são o tombamento, a antracnose, verrugose e a murcha. As medidas preventivas, como evitar gradeamento, e a aplicação de defensivos químicos ajudam a evitar e controlar as enfermidades.
O fruticultor deve vistoriar periodicamente a plantação para identificar a presença de insetos, como abelhas arapuá, besouro das flores e pulgões, além de ácaros. O uso de inseticidas e acaricidas é indicado. A eliminação de ervas daninhas deve ser realizada por meio da capina com enxada e roçadeira, com cuidado para não danificar as raízes, ou por meio do uso de herbicidas.
Colheita
Diferente do maracujá comum, que a colheita é realizada quando as frutas começam a cair no chão, o maracujá doce deve ser colhido ainda no pé, quando suas cascas mudam de cor para amarelo ou roxo. Uma tesoura com pontas redondas deve ser utilizada para separar a fruta do maracujazeiro, deixando um pedaço de pedúnculo de cerca de 3 cm.
Fonte: Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer-MS)
Fonte: Canal Agro /Estadão