O Rio Grande do Sul é o maior produtor de uva do Brasil com 54,6% da produção vitícola nacional, de acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Grande parte desta uva é destinada à produção de vinhos e sucos industrializados ou artesanais e apenas uma pequena fatia desta porcentagem chega, in natura, às mesas dos consumidores.

Entretanto, o Vale do São Francisco é a região que mais exporta uva, no Brasil, tendo Pernambuco (59,63%) e Bahia (36,94%) como os estados que mais enviam este artigo para outros países.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, explica que o Vale do São Francisco está localizado no semiárido brasileiro, onde tem muito sol, água e se pratica a irrigação, na maioria das vezes, por gotejamento ou microaspersão, considerado o uso racional da água. “Por se tratar de uma região de clima tropical, é possível colher até duas safras e meia de uva, por ano. Podemos afirmar que 95% de toda a uva de mesa exportada pelo Brasil sai do Vale do São Francisco”.

Importadores

Informações do relatório Observatório da Uva 2023 – Embrapa Semiárido, apontam que os principais destinos da uva brasileira são os Estados Unidos (44,46%), a Holanda (24,79%), o Reino Unido (16,53%) e a Espanha (5,61%). O transporte é predominantemente marítimo (96,26%).

“A Abrafrutas está com a expectativa de abrir, até o final deste ano, o mercado de uva de mesa para a China, o que será de grande importância, pois a China tem 1,4 bilhão de habitantes e, com isso, teremos uma grande oportunidade de alavancarmos, cada vez mais, as vendas para o mundo inteiro”, reforçou Guilherme Coelho.

Valores de exportação

Em abril deste ano, a atividade movimentou cerca de US$ 7,8 milhões, em termos dos valores das exportações.  A média histórica, até 2020, para este mês é de, aproximadamente, US$ 3,7 milhões, como mostra o levantamento da Embrapa.

O Vale do São Francisco exportou, em 2022, US$ 108 milhões da fruta para outros países, especialmente, para a União Europeia, o que representa uma movimentação de mais de R$ 531,6 milhões, em valores atualizados, registrou a Abrafrutas.

Transporte

O Estado de Pernambuco exporta espécies de uva que podem passar de 12 a 16 dias num contêiner, em um navio, para chegar a Roterdã, por exemplo. Elas são enviadas a outros países numa temperatura de 0°C para se manterem preservadas, de acordo com Guilherme Coelho. Em média, são gerados quatro empregos por hectare de plantação. Somente em Petrolina, a viticultura gera mais de 24 mil empregos formais.

Por Equipe SNA