Para 2023, a produção de bananas foi estimada em 888,4 mil toneladas. Norte e Sul são as principais regiões produtoras do Estado
No último dia 22 de setembro, foi comemorado o Dia Mundial da Banana. A fruta, que é uma das mais consumidas no Brasil, tem grande importância econômica e social, uma vez que a cadeia produtiva gera empregos, renda e desenvolvimento no campo. Com uma produção estimada para 2023, em 888,4 mil toneladas, Minas Gerais ocupa o terceiro lugar entre os maiores estados produtores de banana.
De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em 2023, a produção de bananas tende a ficar maior em 5,6% frente a 2022, quando a produção chegou a 841,6 mil toneladas. Minas Gerais produz 12,6% do volume nacional de bananas. No País, o volume estimado é de 7 milhões de toneladas.
Neste ano, também é esperado um aumento de 2,4% na produtividade, com um volume médio colhido por hectare de 17,6 toneladas. A área mineira em produção cresceu 3,1%, resultando, assim, em 50,4 mil hectares dedicados à fruta.
Com produção em alta, o Valor Bruto da Produção (VBP) estimado para a banana tende a crescer 28,4% em 2023, chegando, assim, a um valor de R$ 3,47 bilhões.
Polos produtores de Minas
Em Minas Gerais, a produção de banana está concentrada, principalmente, no Norte de Minas. Na região, são produzidas, em média, 401,6 mil toneladas ao ano, respondendo por 50,7% de toda a produção estadual.
A presidente da Comissão de Fruticultura do Sistema Faemg/Senar, vice-presidente da Comissão de Fruticultura da CNA e presidente Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Nilde Antunes Rodrigues Lages, explica que o destaque da região Norte na produção da fruta se deve, entre outros fatores, ao clima favorável.
“O Norte de Minas é o maior polo produtor de bananas do Estado. A área é de 22,5 mil hectares. O sol é um diferencial da região e favorece a produção de frutas tropicais. Pelas altas temperaturas, há menor pressão de pragas e doenças, sendo necessária uma menor aplicação de defensivos. Assim, produzimos as bananas mais saborosas e saudáveis do Brasil”.
O Sul de Minas é a segunda maior região produtora de banana, com 138,3 mil toneladas anuais e participação de 17,4% no volume total do Estado.
Jaíba é destaque entre os municípios. A produção média é de 177,7 mil toneladas anuais, em uma área de 8 mil hectares. Em seguida, vem Delfinópolis, no Sul do Estado, cuja produção gira em torno de 51,5 mil toneladas, desenvolvidas em uma área de 2,24 mil hectares.
A bananicultura, apesar de concentrada principalmente em duas regiões, é desenvolvida em todo o Estado, seja em escala doméstica ou comercial.
Desafios da produção de bananas
Conforme a presidente da Comissão de Fruticultura da Faemg, entre os desafios enfrentados na produção da fruta, em Minas Gerais, estão problemas como a falta de mão de obra, que é cada vez mais escassa e onerosa.
Além disso, há ainda o desafio da logística com a má conservação das vias, sejam as rodovias ou estradas vicinais.
“Na região Sul de Minas, segunda maior produtora de banana do Estado, os produtores enfrentam desafios com a logística, apesar de estarem perto dos principais centros de consumo, São Paulo e Belo Horizonte. Há grande dificuldade com as estradas ruins. Em Delfinópolis, o transporte precisa ser feito por balsa. O ideal, e os produtores estão cobrando, é a construção de pontes para favorecer o escoamento”, explicou Nilde.
No Norte de Minas, os produtores ainda enfrentam o desafio da seca, que tem como consequência a menor oferta hídrica.
Importância econômica e social no Norte de Minas
A fruticultura, no Norte de Minas, tem um papel muito relevante na geração de riquezas. A atividade gera cerca de 53 mil empregos diretos e indiretos localmente. Estima-se que, ao longo de toda a cadeia da fruticultura, sejam cerca de 80 mil postos de trabalho na região.
“A banana tem uma participação muito grande nestes números. No Norte de Minas, dos 35 mil hectares ocupados com frutas, 22,5 mil hectares são para o cultivo da banana. Assim, a fruta gera a maior parte dos empregos”.
Do Norte de Minas saem, semanalmente, 700 caminhões de frutas. Deste volume, mais de 500 são de banana.
Fonte: Diário do Comércio