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Porto do Pecém negocia duas novas rotas marítimas ainda neste ano para atender demanda do Nordeste

A gestão do terminal está otimista com os resultados de 2023. Expectativa é de aumento de pelo menos 10% dos envios de frutas para o Exterior

Porto do pecém
Legenda: Temporada de exportação de frutas frescas pelo Pecém começou na sexta-feira, 25 de agosto Foto: Divulgação / CIPP
O Porto do Pecém negocia duas novas rotas de navegação para atender demandas de exportação e importação do Nordeste. Segundo o diretor Comercial do Complexo do Pecém (Cipp), André Magalhães, o novo serviço poderá iniciar já entre outubro e novembro deste ano. Os detalhes da negociação, contudo, ainda serão divulgados. 

“Estamos na perspectiva grande de negociar mais duas linhas marítimas. Por enquanto, só podemos falar que estamos correndo atrás, para atender ainda mais ao Nordeste, Pecém e Ceará”, diz. Nessa sexta-feira (25), o terminal marítimo retomou itinerário sazonal para enviar frutas frescas por meio do primeiro navio dedicado para a finalidade, o MSC Sofia Celeste.

Navio Sofia Celeste
Legenda: Nessa viagem inicial com o MSC Sofia Celeste, estão sendo embarcados aproximadamente 100 contêineres refrigerados (reefers) de 40 pés, o equivalente a 200 TEU´s (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) Foto: Divulgação / CIPP

O transporte sairá do Pecém para os portos de Roterdã e de Londres, totalizando 98% do volume embarcado. O restante seguirá para outros terminais europeus. A carga inicial foi de 2,5 mil toneladas, incluindo melões, melancias, mangas e uvas produzidas nos estados do Ceará, Rio Grande Norte, Pernambuco e Bahia.

Com tecnologias, novos investimentos e esse serviço sazonal, a expectativa é de, pelo menos, alta de 10% na movimentação desses produtos no Porto do Pecém.

“Em 2022, foram 6, 5 mil contêineres de frutas, o equivalente a 163 mil toneladas. Para esse ano, esperamos 7, 3 mil contêineres, correspondendo a 182 mil toneladas”, calcula.

PROJEÇÃO CONSERVADORA

Magalhães pondera, no entanto, que a projeção de 10% é conservadora, podendo registrar resultados ainda melhores. Nos sete primeiros meses de 2023, o Pecém exportou 25,6 mil toneladas de frutas. “Esse ano é outro cenário, mais otimista, com navios de forma mais regular, disponibilidade de contêineres e o compromisso de armadores (responsáveis pelas embarcações)”, lista.

Conforme Magalhães, o porto adquiriu novos equipamentos para carregar e descarregar os navios e proporcionar mais produtividade. Por isso, afirma, é possível movimentar 90 contêineres por hora. “Melhoramos o atendimento e estamos com uma janela de atracação mais flexível, ou seja, o tempo para chegar ao destino”, completa.

Atualmente, o Pecém possui três serviços marítimos para atender ao mercado de frutas, incluindo esse feito pelo navio Sofia Celeste e outro já iniciado há três semanas para portos norte-americanos. O terceiro inicia em setembro, com exportações para a Europa Mediterrânea.

TEMPORADA DAS FRUTAS

 

Legenda: O melão é a principal fruta exportada pelo estado
Foto: Kid Júnior

 

Setembro é o mês para alavancar o setor agrícola cearense. O período é conhecido como a temporada das exportações das frutas por englobar, entre outras, as safras do melão e da melancia, os líderes de vendas no Estado. A gerente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado (Fiec), Karina Frota, avalia que esse será um ano positivo.

“As frutas cearenses se preparam para ‘aterrissarem’ em outros mercados. Europa e Estados Unidos aparecem com expectativas bem positivas. No ranking dos principais produtos exportados, o setor de frutas aparece bem posicionado”, expõe.

No Ceará, as principais frutas enviadas para fora são: castanha de caju, melões e melancias, enquanto os maiores compradores são: Estados Unidos, Holanda e Reino Unido. Já os municípios cearenses mais exportadores são: Icapuí, Aquiraz e Fortaleza.

Conforme dados do Centro Internacional de Negócio da Fiec, com dados do ComexStat, a castanha foi responsável pelo maior volume exportado de frutas no 1º semestre deste ano, totalizando US$ 35,6 milhões. Todavia, na comparação com igual período de 2022, quando foram vendidos US$ 35, 7 milhões, houve uma leve queda de 0,3% nas comercializações.

Já o segundo colocado no ranking, o melão, teve crescimento de 20,7%, passando dos US$ 19, 9 milhões para os US$16,6 milhões em vendas para o Exterior.

Fonte: Valor Econômico