O camu-camu é uma fruta rica em vitamina C, chegando a ter 20 vezes mais dessa vitamina que a acerola, 40 vezes mais que a polpa da laranja e 60 vezes o suco do limão, e vem sendo usada para restaurar florestas no sudoeste do Pará e mudar a situação do local.

Camu-camu vai ajudar a floresta amazônica a se recuperar do desmatamento. (Fonte: Getty Images / Reprodução)Camu-camu vai ajudar a floresta amazônica a se recuperar do desmatamento. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Conhecendo o projeto

Por meio de um projeto de pesquisa e desenvolvimento da Norte Energia em parceria com a Universidade Federal do Pará, pesquisadores estudaram técnicas para melhorar a forma de coletar sementes, produzir mudas e realizar os plantios de diversas espécies, incluindo o camu-camu.

Cerca de 45 mil mudas de aproximadamente 35 espécies nativas da região amazônica foram manejadas durante a execução do estudo e replantadas, restaurando até o momento 80 hectares – o equivalente a 112 campos de futebol.  As mudas foram divididas em três partes, sendo uma para a UFPA, outra para as comunidades locais envolvidas no projeto e a última para Secretaria de Meio Ambiente de Vitória do Xingu (PA) visando ações de plantio na região. No total, o projeto, que vai até o fim do ano, já recebeu mais de R$ 7 milhões em investimentos.

“Essa pesquisa foi uma troca de conhecimento muito importante, principalmente para mim, que venho de outra região, e para mostrar aos moradores que podem explorar melhor, de forma sustentável, tudo que temos aqui de biodiversidade”, disse o pesquisador Arthur Pace Stehling. Além dele, outros 15 pesquisadores fazem parte da iniciativa.

Camu-camu tende a se tornar cada vez mais conhecido graças a esse projeto de reflorestamento. (Fonte: Casa e Jardim / Reprodução)

Camu-camu tende a se tornar cada vez mais conhecido graças a esse projeto de reflorestamento. (Fonte: Casa e Jardim / Reprodução)

Trabalho conjunto

O trabalho para recuperação da floresta amazônica alia o conhecimento dos ribeirinhos em sua execução, e acontece em 12 regiões ao longo da Volta Grande do Xingu.

“Com o envolvimento de pessoas das comunidades, foi possível mapear árvores adultas utilizadas como matrizes, desenvolver uma rede de coletores de sementes, e produzir mudas que foram utilizadas para estudar diferentes métodos de restauração. Além disso, a interação dos pesquisadores com as comunidades garantiu cenário de diálogos sobe a importância de áreas de floresta para a alimentação dos animais, bem como a possibilidade de atividade econômica sustentável”, avaliou Roberto Silva, gerente de meios físico e biótico da Norte Energia.

Iniciado em abril de 2021, o projeto já proporcionou a coleta de aproximadamente uma tonelada de sementes, de diversas espécies, pelos moradores da região.

“Em qualquer parte do mundo a pesquisa é um norteador de conhecimento, mas também de tecnologia. Quando unimos projetos de ciência e tecnologia e podemos contribuir para a capacitação de moradores da comunidade local, além resultados técnicos, também conseguimos gerar o que a comunidade precisa a curto prazo. O projeto permitiu formar capital humano e atender as necessidades das comunidades”, concluiu o professor Emil José Hernandez, doutor e coordenador do curso de Biologia da UFPA.