Cientistas decodificaram 31,3 mil genes da fruta amazônica, entre eles os que estão relacionados ao aumento da produtividade dos frutos
Pesquisadores brasileiros da Embrapa Amazônia Oriental e das universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Federal do Pará (UFPA) e de São Paulo (USP) fizeram, pela primeira vez, o sequenciamento genético do cupuaçu, fruto amazônico do mesmo gênero do cacau.
Segundo os pesquisadores, o sequenciamento tornará possível identificar e manipular genes responsáveis por características desejáveis, como resistência a doenças e ganho de produtividade, o que será, avaliam, um “salto evolutivo” nas pesquisas de melhoramento genético da espécie.
“[O sequenciamento] não só protege a produção e aumenta a produtividade como também preserva a planta como um recurso valioso para a bioeconomia da Amazônia, onde o cupuaçu é um ativo importante tanto para o mercado de alimentos quanto para o de cosméticos”, disse, em nota, Alessandro Varani, professor de bioinformática e genômica da Unesp.
Ao todo, os pesquisadores identificaram 31.381 genes, distribuídos em dez cromossomos, entre eles genes relacionados à produtividade dos frutos e à defesa contra a vassoura-de-bruxa, doença que devastou a produção de cacau do Sul da Bahia entre as décadas de q980 e 1990. A pesquisa também identificou bactérias nas folhas do cupuaçu que ajudam a planta a se defender contra doenças.
De acordo com o pesquisador Rafael Alves, da Embrapa Amazônia Oriental, o mapeamento permite encurtar de décadas para meses o período necessário para desenvolver novas cultivares da espécie.
Fonte: Globo Rural