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Tarifas de Trump: riscos e oportunidades para o agro brasileiro

Taxação pode favorecer exportações do Brasil, mas analista alerta para riscos de competição e queda de preços no mercado interno

Donald Trump, irã
Foto: Joyce N. Boghosian/ The White House

O recente anúncio de
Donald Trump sobre a imposição de tarifas de importação contra centenas de países marca uma mudança histórica nas políticas comerciais norte-americanas, com consequências significativas para o Brasil e o comércio global. O presidente da maior economia do mundo justificou as tarifas como parte de sua política protecionista.
Segundo ele, o tarifaço busca fortalecer a indústria e reduzir déficits comerciais bilaterais, que somam cerca de US$ 1 trilhão por ano. Trump descreveu ainda as medidas como uma “declaração de independência econômica”, afirmando que elas libertarão os Estados Unidos da dependência de produtos estrangeiros e ajudarão a revitalizar o “sonho americano”.

Impacto no Brasil

Embora o Brasil tenha sido incluído na lista de países afetados, a tarifa aplicada aos produtos brasileiros foi de 10%, considerada a mínima entre as novas taxas impostas. Isso coloca o Brasil em uma posição menos desfavorável em comparação com países como Vietnã (46%), China (34%) e União Europeia (20%).

Para Vito Villar, líder de Política Internacional na BMJ Consultores Associados, a medida pode gerar tanto desafios, quanto oportunidades para o Brasil. “Principalmente, por existir agora uma vantagem tarifária (pela baixa alíquota comparada a competidores) é possível que oportunidades se abram ao comércio brasileiro nos Estados Unidos”, assegura.

“No limite, a questão tarifária pouco importou para a imposição de tarifas, mas, sim, o déficit tarifário que os EUA possuíam com o destino. Por isso, países com baixas tarifas de importação como a Austrália ficaram equiparados a países com altas, como o Brasil”, afirma.

Consequências globais

Além disso, o tarifaço pode impulsionar negociações comerciais e acordos como o do Mercosul com a União Europeia. Mas Villar alerta que um possível excesso produtivo mundial pode ser direcionado ao Brasil, pressionando preços e aumentando a concorrência interna.

Sobre as possíveis mudanças na dinâmica do comércio agrícola global, o especialista pondera que é necessário aguardar os próximos passos e a efetiva aplicação das tarifas.

“Em 2018, o aumento das tarifas ocasionou um grande desvio de comércio agrícola para a China”, recorda.

Ele destaca que a única saída, pelo menos neste momento, é a franca negociação com os Estados Unidos, seja em abertura comercial seja em renegociação das próprias tarifas.

Fonte: Canal Rural