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Associação brasileira quer Sines como “porta de entrada de frutas na Europa”

Uma comitiva da Abrafrutas visitou o Porto de Sines esta semana com vista ao estabelecimento de um acordo comercial. “Há total interesse”, disse ao DV o presidente do porto, Pedro do Ó Ramos.

Comitiva brasileira visitou o Porto esta semana.
Comitiva brasileira visitou o Porto esta semana.Foto: DR

Uma comitiva da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas) visitou, esta semana, o Porto de Sines, com o objetivo de chegar a um acordo para que este seja “a porta de entrada de frutas na Europa”. E há interesse de ambos os lados. “Da nossa parte há total interesse”, declarou ao Dinheiro Vivo o presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), Pedro do Ó Ramos.

“Temos boas tarifas, temos as ferramentas. Todo o processo logístico também funciona muito bem, do ponto de vista da digitalização, portanto, temos todas as condições para podermos, de facto, ser uma porta de entrada de frutas para a Europa através do Porto Sines”.

Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, concorda. “Já chegou a hora de ter uma rota direta do Nordeste, que é o grande produtor e exportador de frutas do Brasil, para cá. O Porto de Sines está aí, está preparado. O que a gente precisa, agora, é estabelecer e abrir uma conversa com os armadores e com os produtores, para que a gente tenha frutas e volume para poder mandar direto para cá. Não faz sentido a fruta ir a Roterdão e voltar”, explicou em declarações ao jornal.

Ambos se mostraram otimistas com o negócio. “Estou muito animado com este acordo”, admite o responsável brasileiro, enquanto Pedro do Ó Ramos aproveita para fazer um trocadilho: “Vai dar bons frutos, portanto, estamos empolgados.” Os associados da Abrafrutas representam 80% do volume de frutas exportadas do Brasil – cerca de 1,2 milhões de toneladas. A União Europeia (UE) e o Reino Unido, juntos, são o principal mercado de destino, ao receber 86% do total das exportações. Mamão, melão, manga e uva são as mais exportadas.

Segundo Guilherme Coelho, o “mundo ama as frutas brasileiras”, em especial os europeus, como está traduzido nos números.

“Precisamos que Portugal seja a porta de entrada e, daqui, a gente distribua para a Europa. Além dos 10 milhões de habitantes do país, temos 540 milhões em toda a comunidade europeia”, salienta.

Para o presidente do Porto de Sines, o acordo para receber as frutas vindas do Brasil significa uma abertura ainda maior ao agronegócio brasileiro.

“Uma das apostas do Porto de Sines, e também deste concessionário, é o agronegócio. E, quando falamos do agronegócio, falamos necessariamente do Brasil. Portanto, tem havido muitos contactos com o Brasil, com portos brasileiros, inclusive com empresas”, destaca.

Atualmente, o objetivo é diversificar. “O que chega em grande volume, do Brasil, é petróleo bruto. Na parte do agro, existe de facto um grande potencial, mas muito pouco que entra por Sines. Nós somos, em termos de carga contentorizada, muito mais competitivos na exportação para o Brasil, porque aí, sim, temos serviços diretos, e há, de facto, aqui um grande potencial de equilibrar as coisas, porque o mais natural será que a carga contentorizada chegue mais a Sines, do Brasil, do que no sentido contrário. Hoje passa-se o contrário. Temos uma relação muito forte com o Brasil, mas temos aqui o potencial de sermos porta de entrada na parte do agroalimentar, quer no grão, com volumes maiores, quer na carga refrigerada, seja a fruta, seja as carnes. Há toda uma oportunidade que queremos aproveitar”, conclui o responsável pelo porto.

Uma reunião da direção da Abrafrutas com o ministro dos Portos brasileiros, Silvio Costa Filho, está marcada para este fim de semana. Um dos temas na agenda é, precisamente, o acordo com Sines. Segundo Coelho, existem portos da região Nordeste que podem estar interessados, nomeadamente Suape, em Pernambuco, Pecém, no Ceará, e o Porto de Salvador, na Bahia.

Além da visita ao porto, foi realizado esta semana um evento na residência oficial do Embaixador do Brasil, em Lisboa, para estreitar os laços económicos entre Brasil e Portugal neste ramo. Segundo Raimundo Carreiro, o setor económico da embaixada estará empenhado em colaborar para que o acordo seja alcançado. Para o embaixador, pelas relações diplomáticas e históricas entre os dois países, faz sentido que Portugal seja também a porta de entrada das frutas brasileiras para a Europa, assim como já é para empresários brasileiros que procuram internacionalização na Europa.

Fonte: Dinheiro Vivo