Com base na diversidade, na inovação e nas práticas sustentáveis, a fruticultura brasileira se destaca como modelo de produção responsável.
A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) participará da COP 30 neste sábado, dia 15, no Dia da Fruticultura na Agrizone do evento. Na oportunidade, será abordado o protagonismo da Fruticultura Nacional nos temas da sustentabilidade do setor e suas contribuições para o desafio das mudanças climáticas. O Gerente Técnico e Projetos Jorge de Souza, representante do setor neste grande evento, será o moderador do painel com o tema “Fruticultura Brasileira: Diversidade, Sustentabilidade e Inovação. O objetivo é destacar como o setor alia competitividade, responsabilidade social e ambiental e tecnologia para contribuir com a segurança alimentar no Brasil e no mundo e de forma sustentável.
Com 41,5 milhões de toneladas produzidas em 2024, o Brasil se destaca entre os maiores produtores de frutas do mundo. A fruticultura está presente em todas as regiões, com polos fortes no Vale do São Francisco (MG,BA,PE), no Sudeste e Sul. O setor gera milhões de empregos, impulsiona economias locais e valoriza o trabalho humano, sendo um dos pilares do desenvolvimento regional no País.
De acordo com o Gerente Técnico da Abrafrutas, mais do que números, a fruticultura brasileira é exemplo de equilíbrio entre produção e conservação. Os pomares e áreas de cultivo atuam como sumidouros de carbono, absorvem CO₂ da atmosfera e contribuem para o equilíbrio climático. Quando integrados a sistemas agroflorestais, mantêm a cobertura vegetal e reduzem o desmatamento, o que reforça o papel do setor como aliado da mitigação climática.
Entre as iniciativas que traduzem esse compromisso, Souza destaca uma das empresas que compõe a associação, a Ibacen, que utiliza energia limpa e renovável em todos os processos produtivos, reforçando o alinhamento do setor aos princípios debatidos na COP 30 e à transição para uma economia de baixo carbono.
O uso racional da água também é um ponto de destaque. Souza explica que novas tecnologias de irrigação reduzem o desperdício e otimizam o consumo energético.
“Essa eficiência hídrica é essencial para enfrentar as variações de chuva e temperatura causadas pelas mudanças climáticas”, afirma.
No campo da agricultura de baixo carbono, os produtores adotam práticas como adubação orgânica, uso de bioinsumos e plantio direto, que reduz o uso de fertilizantes químicos e aumenta a retenção de carbono no solo. Essas ações contribuem diretamente para as metas de neutralidade climática assumidas pelo Brasil, em linha com os compromissos firmados no Acordo de Paris e na Estratégia Federal para Neutralidade Climática até 2050.
A inovação é outro pilar essencial da fruticultura. Projetos de melhoramento genético e o uso de novas tecnologias desenvolvem variedades mais resistentes ao calor, à seca e as pragas e doenças. Parcerias entre o setor público, privado e científico fortalecem a transição para uma fruticultura mais verde e inteligente que vai crescer, mas utilizando a agricultura regenerativa nas áreas degradadas, contribuindo também para a redução do desmatamento.
Vale do São Francisco
Um dos maiores exemplos da força e da inovação da fruticultura brasileira é o Vale do São Francisco, localizado no semiárido nordestino. Com tecnologia de irrigação e manejo sustentável, a região se tornou referência mundial em produtividade e exportação de uvas e mangas.
“Graças ao clima favorável e à eficiência no uso da água, os produtores do Vale colhem frutas de alta qualidade durante as 52 semanas do ano e exportam para mercados exigentes da Europa, Ásia e América do Norte. Cada fruta exportada leva a marca do trabalho de milhares de produtores e reforça o protagonismo da fruticultura no agronegócio nacional e global”, afirma Jorge de Souza.
O setor também avança na agenda ESG e, no próximo dia 27, será lançado pela Abrafrutas, em Brasília, o Selo Frutas do Brasil ESG, que reconhece produtores comprometidos com boas práticas ambientais, sociais e de governança, do campo ao consumidor. Essa certificação será somada às inúmeras outras que os fruticultores têm, inclusive internacionais que atestam o compromisso da fruticultura com os temas da sustentabilidade (Global G.A.P., GRASP, Smeta, Rain Forest Alliance, Fair Trade, Organics, entre outras).
Sobre a Abrafrutas
Criada em 2014, a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) é a principal entidade representativa da fruticultura nacional. Sem fins lucrativos, reúne cerca de 80 associados, produtores, cooperativas e exportadores, responsáveis por aproximadamente 70% das frutas exportadas pelo Brasil.
A instituição atua na defesa dos interesses do setor junto ao governo e parceiros estratégicos, abrangendo pesquisa, produção, logística, promoção e comercialização de frutas e derivados. Em parceria com a ApexBrasil, coordena o projeto Frutas do Brasil, que tem como objetivo ampliar a presença das frutas brasileiras no mercado internacional.
Por: Telma Martes, comunicação Abrafrutas


