O Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado nesta quinta-feira (6) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), indica que apenas sete dos 399 municípios do Paraná não registraram cultivos comerciais de frutas em 2024. Segundo os analistas do Deral, o dado mostra que a fruticultura “está atomizada e incorporada ao meio rural em todos os rincões do estado”.

O levantamento aponta Paranavaí, Carlópolis, Alto Paraná, Guaratuba e Cerro Azul como os principais polos frutícolas do Paraná. Juntos, esses municípios somaram 15,7 mil hectares de área colhida, volume de 500,3 mil toneladas e R$ 1 bilhão em Valor Bruto da Produção (VBP). Conforme o boletim, eles concentraram “29,2% da área, 36,9% da produção e 25,5% do VBP” do setor em 2024, quando a fruticultura estadual totalizou 53,8 mil hectares, 1,3 milhão de toneladas e R$ 3,9 bilhões.

Os técnicos destacam a relação entre esses municípios e o rendimento das principais espécies produzidas no estado. O documento aponta que “a laranja é a primeira fruta em área, quantidade colhida e VBP”, com liderança de Paranavaí e Alto Paraná na renda bruta. Carlópolis aparece como referência na produção de goiaba, quarta fruta em VBP no estado. Em Cerro Azul, a tangerina se mantém como a principal cultura, enquanto Guaratuba concentra a produção de banana, quinta fruta em renda.

Paranavaí, no Noroeste, permanece como o maior produtor do estado, com 5,1 mil hectares, 223,6 mil toneladas e VBP de R$ 410,1 milhões. O município respondeu por 10,3% da renda da fruticultura paranaense. De acordo com o Deral, “a laranja é o esteio”, representando 31,7% da produção e do VBP estaduais, ao lado de outras sete espécies cultivadas localmente. O boletim indica que “99,1% dos rendimentos financeiros” dos pomares do município vieram da laranja.

Carlópolis, no Norte Pioneiro, tem a goiaba como principal cultura. Segundo o boletim, a fruta respondeu por “77,8% do VBP dos pomares do município”. A receita local chegou a R$ 239,9 milhões, provenientes de 46,8 mil toneladas colhidas em 1,4 mil hectares. O município teve participação de 6,1% no VBP estadual.

No Vale do Ribeira, Cerro Azul concentrou 3,3% do VBP da fruticultura paranaense. Mesmo sendo conhecida como capital da tangerina, a cidade cultiva outras dezessete espécies. O Deral informa que a tangerina representou “88,8% da área, 90,1% da produção e 77,8% do VBP” dos 4,5 mil hectares, 70,8 mil toneladas e R$ 127,8 milhões registrados em 2024.