Em 2024, o Brasil produziu 1,978 milhão de toneladas de melancia, gerando receita de R$ 2,425 bilhões, de acordo com dados consolidados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Deste montante, 231.934 toneladas têm como origem a Bahia, estado que cultiva 14.905 hectares com a fruta.
Um dos principais municípios baianos que produzem a melancia é Teixeira de Freitas, localizado no extremo sul do estado e com mais de 145 mil habitantes, segundo informações do Censo do IBGE de 2022. Por lá, tudo lembra a fruta, desde o monumento em uma das rotatórias da cidade até os pontos de ônibus, passando pelas diversas barracas de comercialização da melancia espalhadas pelo território.

“Teixeira de Freitas é hoje um polo de produção de melancia no Brasil, está entre as melhores regiões do país em termos de tecnologia de produção e se destaca muito pelas altas produtividades e pelo uso de tecnologias avançadas de produção. Outro ponto importante é aproveitar momentos do ano com alto consumo da fruta, vamos chegando próximo do final do ano e quanto mais quente maior é o consumo de melancia. Então é uma região muito importante, com o produtor muito tecnificado e que busca novas tecnologias”, aponta Golmar Beppler, Gerente Nacional de Vendas BASF/Nunhems.

Valter Nagao é um dos produtores de melancia do município. Há 25 anos na atividade, ele herdou o ofício da família e já cultivou mamão, mas hoje foca na melancia e na abóbora, em algumas áreas. Somente da fruta, a produção gira em torno de 60 toneladas por hectare e vem trazendo rentabilidade.
“No momento, sim. Toda cultura passa por momentos difíceis de preços, clima e doenças, mas dentro das nossas perspectivas tem sido rentável. Os maiores desafios acabam sendo as condições climáticas e a presença de insetos, que as vezes podem causar grandes perdas”, opina Nagao.

O produtor ressalta também os avanços que aconteceram na tecnologia e nas técnicas de produção nos últimos anos. “Nos últimos 10 anos, a tecnologia mudou bastante. Hoje avançamos para o gotejamento, estamos começando com o mulching para o controle de ervas daninhas e usando protetor solar para evitar ter que cobrir os frutos. A tecnologia de produtos e de materiais para cada época do ano também evoluiu muito”, diz.

Justamente neste contexto de avanço da tecnologia e difusão do conhecimento é que acontece o Tecshow Melancia em Teixeira de Freitas/BA, a segunda edição de um evento promovido pela BASF/Nunhems que começou em 2024, em Goiás, e deve ganhar mais regiões brasileiras nos próximos anos.
“Nosso objetivo é transformar a cadeia. A gente vem trabalhando há mais de 10 anos com o intuito de gerar valor para todos os elos da cadeia. Esse é o momento em que trazemos produtores do Brasil inteiro que possam interagir e trocar experiências, mas não somente o produtor tem que entender o que está acontecendo aqui, é o distribuidor, redes de varejo e consultores. Nosso objetivo é promover uma produção mais sustentável, que evite perdas e possa trazer vantagens ao produtor, com a verticalização da produção, com packing houses, e promovendo uma fruta mais doce e com menos perdas até chegar ao consumidor final”, pontua Beppler.

Mais do que participar do evento, Valter Nagao abriu sua propriedade para receber os participantes e destaca os pontos positivos de participar de iniciativas como esta, que unem diversos elos da cadeia produtiva em um mesmo local.
“É um prazer receber aqui os distribuidores do Brasil e os parceiros que agregam na cultura. É uma oportunidade para divulgar Teixeira de Freitas, que se classifica entre as mais relevantes em área de cultivo e produção no país. No contato com produtores de outras regiões vamos tentando agregar de um, de outro, e trazer novidades. Também sempre procuramos visitar Goiás, áreas do Norte, Mossoró/RN, para buscar novidades para a nossa região”, conta o produtor.

Fonte: Agrolink


