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Megatendências do agro: Celso Moretti explica como a Embrapa está incluída no enfrentamento de desafios e oportunidades do setor

Sustentabilidade, adaptação e mitigação de mudanças climáticas, biorrevolução e agricultura digital estão entre as megatendências levantadas pela entidade

 

O que o agro brasileiro deve se atentar para o enfrentamento de desafios para mitigar ameaças e ampliar as oportunidades por meio do desenvolvimento científico e tecnológico? Algumas dessas respostas estão na plataforma “Visão de Futuro do Agro Brasileiro” da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que contempla oito megatendências.

O presidente da entidade, Celso Moretti, destacou em evento de celebração ao Dia do Agricultor e aos 25 anos do Notícias Agrícolas, promovido na última sexta-feira (29) pelo site, quatro das oito megatendências do agronegócio brasileiro, entre elas: sustentabilidade, adaptação e mitigação de mudanças climáticas, biorrevolução e a agricultura digital.

“A Embrapa, agora em abril, completou 49 anos de idade. Então iniciamos agora o ano 50 da Embrapa e tem uma série de ações programadas que vocês acompanhando o nosso portal vão saber o que estamos programando, mas uma das coisas que nós fizemos no nosso aniversário de 49 anos foi lançar um documento, o “Visão de Futuro do agro brasileiro”. Ele está no nosso portal para acessarem gratuitamente e nós analisamos mais de 300 documentos dos EUA, Europa, Ásia, Austrália e da América do Sul, consultamos academia, setor privado, pesquisadores da Embrapa e nós identificamos algumas megatendências para o futuro do agro brasileiro. Vou me ater a quatro: sustentabilidade, adaptação e mitigação de mudanças climáticas, biorrevolução e agricultura digital”, destacou Moretti.

Para acessar a plataforma “Visão de Futuro do Agro Brasileiro”, clique aqui.

Algumas dessas megatendências, inclusive, permearão as pesquisas empresa nos próximos anos. O Brasil, atualmente, por exemplo, precisa importar a maior parte do consumo interno de trigo e a entidade vê oportunidades. “Nós estamos avançando na tropicalização. Tivemos um produtor no entorno do Distrito Federal que colheu 9,6 toneladas por hectare de trigo tropical”, disse.

A Embrapa conta com os materiais de trigo: BRS 264, BRS 404, BRS 254 e BRS 394. As cultivares mais plantadas na região e consideradas top de linha são a BRS 264 e BRS 404 (material para sequeiro). A cultivar primeira, por exemplo, já ocupa 70% da área cultivada com trigo na região, bateu novamente o recorde mundial de produtividade diária, por exemplo.

“Nós vamos continuar tendo transgenia. Estamos trabalhando agora com trigo transgênico, trazendo um gen do girassol, que dá tolerância à seca, e introduzindo no trigo tropical. Se a gente imaginar que o trigo hoje fornece 20% de toda caloria consumida no mundo todo e se a gente pensar num cinturão tropical e no que o trigo pode significar para alimentar essas pessoas. Então a biorrevolução, transgenia, a edição genômica e, por último, a agricultura digital”, afirma.

Moretti também destaca como o mundo tem olhado os aspectos sustentáveis de produção. “A agricultura brasileira é competitiva e sustentável. Ela é de baixo carbono. Toda essa estratégia de descarbonização da agricultura: carne de baixo carbono, leite de baixo carbono, café baixo carbono, algodão baixo carbono, então toda essa estratégia de descarbonização é algo que a gente vem perseguindo, assim como os bioinsumos e a biotecnologia”, finaliza o presidente da Embrapa.

Órgãos de pesquisa e empresas privadas também têm auxiliado a empresa no desenvolvimento científico e tecnológico.

Fonte: Notícias Agrícolas