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Paraná terá espaços para fruticultura e olericultura no Show Rural 2024

A expectativa de público nessa edição, de 5 a 9 de fevereiro, é superior a 300 mil pessoas. Serão 600 expositores com previsão de negócios, em cinco dias, de R$ 5,5 bilhões

A participação do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) no Show Rual 2024, em Cascavel, incluirá um espaço de olericultura que destacará o manejo adequado para influenciar o bom desenvolvimento das culturas e minimizar o estresse da planta. Já a Vitrine de Fruticultura apresentará uma variedade de espécies cuidadosamente selecionadas e cultivadas por uma equipe de especialistas de extensão e de pesquisa. Eles estarão à disposição para orientar produtores.

No caso da olericultura, o foco será principalmente em relação ao solo, qualidade da muda, nutrição, umidade, temperatura, luminosidade e sanidade – tudo que a planta precisa para responder com o melhor de seu potencial. A área conta com o cultivo de diversas cultivares, plantadas tanto no solo como em vasos. Entre elas, tomates tipo salada, saladete, italiano, além de pepino tutorado tipo indústria e feijão vagem.

De acordo com informações do IDR-PR, um solo bem corrigido, estruturado e com bom nível de nutrientes é fundamental para que a planta tenha um bom arranque inicial e um bom desenvolvimento. A complementação com adubações de cobertura é essencial para ajustar a oferta de nutrientes conforme a necessidade.

A temperatura e a luminosidade também são fatores de atenção. Medidas simples podem fazer a diferença, como o uso do pé direito alto da estufa para uma boa ventilação e de tela de sombreamento em períodos de maior incidência solar, um bom manejo da água de irrigação e o solo coberto de forma permanente. Tudo isso ameniza o estresse da planta, muitas vezes relacionado a alguma deficiência nutricional, temperatura extrema, umidade deficiente ou em excesso.

Menos estresse significa melhor desenvolvimento e menor a suscetibilidade ao ataque de pragas e doenças. Neste recorte, o visitante também poderá conferir os resultados positivos da complementação do manejo relacionado ao ataque de pragas e doenças com a utilização de bioinsumos.

Frutas – 

A Vitrine da Fruticultura não apenas celebra os avanços no segmento, mas também reconhece sua importância no contexto da agricultura familiar. O espaço apresentará uma variedade de espécies cuidadosamente selecionadas e cultivadas por especialistas de extensão e pesquisa.

Os visitantes terão a oportunidade de interagir com eles, discutindo diversos aspectos do cultivo de frutas no Estado, como calagem e adubação do solo, plantio, escolha da cultivar, estruturas de condução, manejo e tratos culturais, manejo fitossanitário, colheita e pós-colheita.

A programação também inclui informações especializadas sobre podas, como podas de formação, manutenção e produção, proporcionando aos agricultores ferramentas práticas para maximizar a produtividade e a rentabilidade dos cultivos.

As espécies de destaque incluem abacate, acerola, amora-preta, atemóia, banana, caqui, citros, figo, goiaba, manga, pitaya e uva. A produção de frutas, além de oferecer oportunidades econômicas, tem papel fundamental na produção de alimentos limpos e saudáveis. A agricultura familiar, ao investir na diversificação de culturas, contribui para fornecer alimentos frescos e nutritivos à comunidade local e regional.

A vitrine destaca, ainda, como a fruticultura promove a utilização de mão de obra familiar, a fixação dessas famílias no campo e a conservação do meio ambiente. A utilização de práticas agrícolas conscientes, como a adoção de técnicas agroecológicas e de manejo integrado colabora para a preservação dos recursos naturais, a biodiversidade e a manutenção da saúde do solo.

Um espaço exclusivo na vitrine é dedicado à orientação sobre os métodos de propagação em frutíferas, abordando a produção de mudas via sementes, estaquia e suas variações, enxertia, além da utilização de estruturas especializadas.

Parceria – 

Com a colaboração da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o espaço terá a presença de um especialista com informações cruciais sobre o controle e a qualidade das mudas, medidas essenciais para prevenir doenças como o greening e o cancro cítrico. A ideia é capacitar os produtores a implementar práticas de prevenção e controle para assegurar a sustentabilidade a longo prazo da produção de citros no Estado.

Show Rural – 

O Show Rural de Cascavel é uma das maiores feiras do agronegócio da América Latina. O Governo do Paraná apoia o evento e participa do dia a dia com orientação técnica e o sistema de financiamento. Além disso, diversas secretarias aproveitam a vitrine do evento para apresentar novidades para o público. No ano passado a feira registrou 384.122 visitantes, recorde de público. Foram movimentados R$ 5 bilhões em negócios (financiamentos, contratos, parcerias e compras) para modernização do campo e dos sistemas de produção. *AEN.

Produção de mamão é nova aposta de produtores do noroeste do Paraná – Incentivo partiu do Instituto de Desenvolvimento Rural, que distribuiu mudas da variedade ‘Bela Nova’

Há quatro anos o produtor rural José Carlos Salessi, de Umuarama, no noroeste do estado, passou a plantar mamões em sua propriedade. “Foi uma surpresa que nunca imaginei na minha vida, mexer com mamão”, comenta.

Os Salessi fazem parte de um trabalho do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), junto às prefeituras da região.

O objetivo é incentivar a produção de frutas, dentre elas o mamão. Depois de muita insistência, José resolveu participar: “Eles tinham montado um projeto para mais frutas aqui em Umuarama e aí faltava uma pessoa para completar o grupo. Vieram aqui e eu não queria, pois já mexia com outras atividades, sozinho. Com muito custo, acabaram me conquistando”, relembra.

Inicialmente o produtor recebeu trezentas mudas, doadas. O instituto forneceu também assistência técnica. Mesmo com as dificuldades, os resultados foram satisfatórios e a família tomou gosto pela produção.

Anderson, casado com Beatriz, filha de José, é formado engenheiro agrônomo e largou a antiga profissão para se dedicar exclusivamente ao mamão.

“Tivemos uma rentabilidade excelente pelo padrão que a gente estava de trabalhar só aos finais de semana para cuidar da cultura. Agora, tem cinco meses, eu abandonei o trabalho e a minha esposa também. Estamos 100% dedicados aqui na cultura”, conta Anderson Cleiton Quinaia.

“Sobre a decisão de vir pra cá, não é fácil, pois você tem amor pela profissão, de ser professora, de formar novas profissões. Mas é gratificante estar aqui”, comenta Beatriz Maria Salessi.

A variedade escolhida foi a do mamão formosa Bela Nova que tem um padrão de peso de 1,8 kg – bom para comercialização, além de ser doce. Uma das características do cultivo de mamão é o longo tempo de produção da fruta.

Um mamoeiro tem estimativa de vida de 2 anos, mas a partir do décimo mês ele já começa a dar mamão e não para mais até o fim do ciclo. São mais ou menos 14 meses com fruta no pé.

O porte dessa variedade também é outro – ponto que o IDR-PR levou em consideração para trabalhar com os produtores.

“Justamente pela planta apresentar porte mais reduzido, facilita o processo – com 24 meses, o último fruto será colhido a cerca de dois metros e meio do chão. O produtor não vai precisar de escada para colher. E no caso de colheita mecanizada, ele não precisará construir uma plataforma. Dependendo das outras variedades, pode chegar a quatro metros de altura”, explica o técnico em agropecuária Bruno dos Santos Paschoal, extensionista do IDR-PR.

Na propriedade da família, na área de um hectare, com mil pés de mamão, são colhidas por semana cerca de 1.500 frutas. Tudo o que é produzido é comercializado em mercados de Umuarama e de três cidades vizinhas.

“O pessoal de interessa pela aparência do produto, pela qualidade. Tendo qualidade, vende tranquilamente. A gente está contente com o resultado”, declara Anderson.

O preço varia de R$ 3 a R$ 4 o quilo. Hoje são apenas oito produtores em Umuarama que cultivam o mamão. Em todo o Paraná são apenas 76 hectares com a fruta. O maior produtor nacional é a Bahia, com mais de nove mil hectares.

Por isso, na visão do instituto, ainda há bastante espaço para o desenvolvimento do mamão no estado.

“Hoje o Paraná traz de fora 95% da fruta para ser consumida aqui. Então o potencial de crescimento é muito grande, tanto regionalmente quanto em nível de Estado”, avalia Bruno.

Não à toa, o Anderson e a Beatriz estão plantando mais dois mil pés de mamão na área que já foi preparada. Um projeto que só saiu do papel por muita insistência, tornou-se o principal ganha-pão da família. Prova de que esforço e trabalho conjunto dão resultado. “Foi uma nova descoberta, senti como se fosse um chamado”, diz. *G1 PR e Caminhos do Campo

E José finaliza: “Feliz por estar trazendo a minha família. Porque quando a gente vai ficando velho, tem que ter o pessoal para dar sequência. Para mim é muito gratificante”.

Veja vídeo:  https://globoplay.globo.com/v/12301581/

Fonte: Revista da Fruta