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Deriva de herbicidas ameaça fruticultura no Rio Grande do Sul

Consevitis-RS lidera debate para minimizar prejuízos à produção e investimentos agrícolas

 

As derivas de herbicidas hormonais representam um desafio significativo para a produção agrícola no Rio Grande do Sul, com prejuízos que afetam diretamente culturas sensíveis, como a viticultura e a fruticultura. Para discutir esses impactos e buscar soluções, o Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS) realiza, na próxima sexta-feira, dia 6 de dezembro, em Jaguari (RS), a reunião de trabalho “Herbicidas Hormonais: Impactos das Derivas na Produção Agrícola”.

O encontro, no Salão do Clube Internacional da Comunidade do Chapadão, ao lado do Instituto Federal Farroupilha, reunirá representantes de entidades setoriais, pesquisadores, produtores e autoridades públicas. O objetivo é debater estratégias para mitigar os problemas causados pela deriva, fortalecer a defesa das culturas agrícolas e fomentar práticas sustentáveis. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail agronomia@consevitis-rs.com.br.

A deriva é o deslocamento involuntário de produtos agroquímicos, como herbicidas, para áreas fora do alvo original, devido a fatores como vento, evaporação ou formação de gotas muito finas durante a aplicação. Esse fenômeno pode prejudicar plantações sensíveis próximas, afetar o meio ambiente e gerar prejuízos econômicos. Condições climáticas inadequadas e técnicas de pulverização mal executadas são as principais causas do problema.

Segundo Hélio Marchioro, secretário executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) e conselheiro do Consevitis-RS, o evento busca definir ações concretas para conter os prejuízos causados pelas derivas de herbicidas hormonais, que têm levado produtores a desistirem de suas atividades. Ele cita culturas como uva, maçã, melancia, citrus, erva-mate e azeitonas entre as mais afetadas pela deriva de herbicidas hormonais, comprometendo tanto a produtividade quanto o desenvolvimento econômico em regiões anteriormente promissoras.

“Queremos sair de Jaguari com indicações de ações para minimizar o fechamento de vinícolas e de atividades dos agricultores. Muitos produtores já estão deixando de produzir, o que tem acarretado prejuízos enormes. Além disso, estamos observando a desistência de investimentos em regiões que estavam se consolidando como áreas prósperas”, ressalta.

Marchioro destaca também a necessidade de um debate ampliado com governos e entidades setoriais, reforçando a relevância de ações integradas entre agricultores, governo estadual e federal, além de frentes parlamentares.

“Estamos fazendo este evento para rememorar tudo que já foi feito e propor alternativas definitivas. Também é importante lembrar que o problema da deriva dos herbicidas hormonais não é exclusivo do Rio Grande do Sul. Em São Paulo e no Uruguai, produtores enfrentam desafios semelhantes, o que será tema das discussões com representantes desses locais durante a reunião.”

A programação será dividida em dois momentos. Pela manhã, haverá palestras e painéis abordando os desafios históricos, dados recentes sobre incidências e relatos de entidades setoriais. À tarde, grupos de trabalho discutirão propostas nos eixos executivo, legislativo, acadêmico e produtivo, culminando na apresentação de uma carta de manifestação conjunta.

Fonte: Revista Cultivar