Pesquisa com plantas comestíveis da Amazônia segue linha que Prêmio Jovem Cientista busca incentivar nesta edição
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Um estudo recém-publicado na revista Biological Conservation alerta que as mudanças climáticas e o avanço do desmatamento na Amazônia podem reduzir drasticamente a disponibilidade de plantas comestíveis. A pesquisa analisou 228 espécies e constatou que a maioria tende a perder espaço até 2050. Mas 21 mostraram maior resiliência e podem se tornar estratégicas para a adaptação às mudanças ambientais.
De acordo com a bióloga Tereza Giannini, pesquisadora do Instituto Tecnológico Vale e uma das autoras do estudo, essas espécies podem ser aproveitadas de formas variadas. Algumas, como a pitomba e o caju, têm potencial para ganhar escala e se consolidar como alternativas mais resistentes. Outras podem ser usadas em projetos de restauração de áreas degradadas ou programas de arborização urbana.
— Elas podem ser priorizadas para aumentar a diversificação de fontes alimentares, fundamental para a adaptação humana frente às mudanças climáticas — afirma Giannini.
O estudo aponta que municípios com menor área de floresta são mais vulneráveis à perda de espécies alimentícias e sugere a restauração com plantas nativas e o uso de agroflorestas, que conciliam produção, conservação e geração de renda. Também alerta que a redução dessas espécies pode desvalorizar as florestas, defendendo a educação ambiental e a valorização do conhecimento tradicional.
O trabalho segue a linha das ideias ambientalmente sustentáveis, que são o foco da 31ª edição do Prêmio Jovem Cientista, a partir do tema “Resposta às Mudanças Climáticas: Ciência, Tecnologia e Inovação como Aliadas”. O prêmio incentiva a busca de soluções como produtos sustentáveis e eficazes para o combate a desastres ambientais, estratégias de resiliência e de combate ao aquecimento global. As inscrições já estão encerradas.
O prêmio, uma iniciativa do CNPq em parceria com a Fundação Roberto Marinho, conta com patrocínio da Shell, apoio de mídia da Editora Globo e do Canal Futura. Entre as premiações previstas estão laptops, bolsas do CNPq e valores entre R$ 12 mil a R$ 40 mil. São cinco categorias premiadas: Mestre e Doutor, Estudante do Ensino Superior, Estudante do Ensino Médio, Mérito Institucional e Mérito Científico, que celebra um pesquisador doutor que, em sua trajetória, tenha se destacado na área de mudanças do clima.
Fonte: O Globo