segunda-feira 10 maio 2021 18:13 Por Luiza Lopes
Com ingredientes simples e de fácil aplicação, a técnica dobrou o tempo de conservação em frutas testadas
O pesquisador Igor Vespucci, do Programa de Pós-graduação em Agronegócio da Universidade Federal de Goiás (UFG), criou em sua tese de doutorado um revestimento biodegradável que é aplicado diretamente nas frutas, com resultados tão efetivos de conservação quanto o uso de sacos plásticos com vedação na conservação de alimentos.
De acordo com o Programa de Pós-graduação em Agronegócio, a pesquisa criou um filme biodegradável que forma uma película em torno da fruta, feito a partir da mistura de água, polvilho azedo, glicerina e canela. “A mistura simples, barata e com ingredientes de fácil acesso ao pequeno produtor pode fazer a diferença na conservação de frutas, chegando a dobrar o tempo de conservação do produto”.
A pesquisa testou diversas composições chegando a essa com melhores resultados na conservação. Segundo o pesquisador, o produto em que foi aplicado o revestimento chegou a conservar a qualidade (de acordo com padrões de aceitação comercial) por 18 dias mantido em refrigeração, enquanto o produto sem o revestimento, mantido apenas em refrigeração, durou 9 dias.
Existem outros produtos no mercado já em utilização como a cera de carnaúba, bastante utilizada na produção de maçãs, por exemplo. Mas Igor explica que a ideia era criar algo que além de biodegradável, utilizasse produtos simples e baratos e pudesse ser reproduzido em qualquer lugar, facilitando assim a adesão de pequenos produtores. O estudo chegou a ser aplicado em uma comunidade de produtores da Vila Aparecida, Distrito de Jaraguá (GO), pertencente ao Movimento Camponês Popular (MCP), com aceitação de cerca de 10% dos produtores.
Fonte: Jornal Opção