Produtor terá que anotar as datas de colheita e os talhões de onde foram retiradas as frutas para controle de fiscalização
O mamão é uma das frutas mais exportadas pelo Brasil, especialmente para a Comunidade Europeia. Mas entraves internos ainda impedem que as exportações cresçam e hoje, de acordo com a Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), apenas 2% da produção nacional é vendida para o exterior.
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O diretor executivo da Brapex, José Roberto Macedo Fontes diz que as dificuldades que o setor enfrenta para ampliar a exportação é grande. Segundo ele, a existência de produtores que ainda não implantaram a rastreabilidade afeta a cadeia, prejudicando o controle do uso de defensivos no mamão.
“Esse produto tem sido adquirido por atravessadores que utilizam embalagens semelhantes às dos produtores certificados e comercializam na Ceagesp”, afirmou o diretor da associação.
A Brapex reúne 12 empresas exportadoras e solicitou à Superintendência e à Ceagesp que apoiem a operacionalização da legislação que exige a rastreabilidade. Desde 2019 é prevista por uma Instrução Normativa Conjunta do Mapa e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a rastreabilidade do grupo de frutas que inclui melão, morango, coco, goiaba, caqui, banana, manga e mamão. Em 1º de agosto de 2020, essa legislação passou a ter vigência plena.
O coronel Mello Araújo, que preside a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) sugeriu, de imediato, ações educativas para integrantes da cadeia do mamão, utilizando recursos de comunicação. A Ceagesp deve organizar uma série de palestras presenciais, além de adotar estratégias de comunicação mediada por tecnologias.
“A adoção dessas ações educativas é essencial para promover uma mudança de cultura e a conscientização dos produtores e comerciantes de sua responsabilidade pela inocuidade do produto”, explica Andréa Moura, superintendente federal de Agricultura de São Paulo.
Pela norma, a rastreabilidade deve ser comprovada na nota fiscal emitida ao comprador. Macedo explicou que não se trata de um processo complexo: basta que o produtor anote em um caderno de campo as datas de colheita e os talhões de onde foram retiradas as frutas. Esse controle deve ser preservado para eventuais fiscalizações.
Gabriel Bitencourt , chefe da seção de Qualidade da Ceagesp, ficou responsável por organizar as primeiras ações de mobilização da cadeia, a pedido do presidente da Ceagesp.
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Fonte: Terra