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Agricultores apostam em variedade de maçã mais resistente ao calor no norte do Paraná

Variedade de maçã desafia clima mais quente e já rende frutos
Variedade de maçã desafia clima mais quente e já rende frutos

O Paraná não tem forte tradição no cultivo de maçã, principalmente no norte do estado, onde o clima não é o mais propício para os pomares. Mas uma variedade está chamando a atenção de alguns produtores da região: a maçã Eva.

Em uma pequena propriedade em São Jerônimo da Serra, as primeiras mudas de macieiras foram plantadas em 2020.

“No primeiro ano, já deu algumas maçãs, no segundo ano deu bastante, e no terceiro ano foi aquele sucesso”, diz o produtor Elói Zamarian.

Ninguém acreditava que seria possível produzir maças na região, já que a fruta tipicamente prefere clima frio. “Até minha mulher falou: ‘maçã?!’”, Zamarian diz. “Falei, vou [plantar]!”

Zamarian plantou 500 pés da variedade desenvolvida pelo antigo Iapar, hoje Instituto de Desenvolvimento Rural. Ela não sofre com altas temperaturas e precisa de menos tempo de frio pra se desenvolver.

“Ela é mais resistente ao calor, então pode fazer calor que ela precisa de, no máximo, 150, 200 horas de frio”, o produtor diz.

A colheita está no início e os frutos não sofreram com a chuva do último mês. O produtor acredita que vai tirar da propriedade 4 mil quilos de maçã. Uma parte ele vende no sítio mesmo, que fica bem perto da cidade. Mas a maior parte da produção vai para a Ceasa de Londrina.

“Ano passado eu vendi toda essa maçã, a R$ 70 a caixa, e esse ano mais ou menos calculei isso daí, de R$ 70 a R$ 80, e R$ 60 as mais miúdas”, ele diz. “Paga o custo e é muito gratificante isso daqui. Dá muito prazer.”

Outra característica da maçã Eva é que ela é colhida mais cedo que outras variedades. A fuji só entra no mercado de janeiro a março e a gala de março a junho. “Aí você tem um preço bom pela lei da oferta e procura, quando entra no mercado primeiro, vende primeiro e não tem concorrência com as outras”, diz Paulo Mileo, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral).

Ele explica que a maçã Eva tem um sabor mais azedo e é mais aguada em comparação com as outras, além de ser mais suculenta.

Só há cultivo de maçã em cinco estados brasileiros. O Paraná ocupa a terceira posição tanto em área quanto em produção. Mas está muito distante dos dois primeiros. Juntos, Santa Catarina e Rio Grande do Sul respondem por 96% da produção nacional.

Variedade "Eva" desafia clima mais quente e já rende frutos — Foto: Reprodução/RPC

Variedade “Eva” desafia clima mais quente e já rende frutos — Foto: Reprodução/RPC

Mesmo com a variedade mais resistente ao calor, está diminuindo o interesse pelo cultivo da maçã no Paraná. Em 10 anos, a área teve redução de 44% – passou de 1.772 hectares em 2013 para 984 no ano passado.

Hoje, os núcleos regionais que mais produzem maça no estado são Curitiba (12.607 toneladas), Pato Branco (8.489 t), Ponta Grossa (3.444 t), União da Vitória (1.050 t) e Guarapuava (540 t).

São Jerônimo da Serra não aparece na lista da Secretaria da Agricultura. Mas Zamarian não se preocupa – prestes a completar 79 anos, se acha que o negócio dá certo ele vai e faz. Ainda tenho que fazer uma coisa que eu não fiz ainda, que eu tenho plano de fazer um poço artesiano”, ele diz.

Por g1 PR e Caminhos do Campo