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Clima quente traz cenário preocupante para a fruticultura da região

A falta de frio pode causar diversos prejuízos para as plantas e comprometer a safra

O clima quente traz cenário preocupante para a fruticultura da região, como explica André Sezerino, pesquisador da Epagri na Estação Experimental de Caçador, onde são realizadas pesquisas principalmente ligadas à maçã.

Segundo Sezerino, a fruticultura local depende de plantas de clima temperado, que precisam entrar em dormência no inverno para acumular frio e brotar adequadamente na próxima safra.

“Para essas plantas entrarem em dormência, elas precisam acumular algum frio. O que temos observado é que as temperaturas estão bastante acima da média,” alerta Sezerino.

Desde o início de abril, a média das temperaturas tem sido de 20 graus, um valor elevado para esta época do ano. Além disso, vários dias registraram máximas superiores a 30 graus, o que é desfavorável para essas plantas.

“Essa época deveria estar fazendo frio para que as plantas começassem a entrar em senescência, que é a queda natural de folhas. Quando isso ocorre, a planta transfere vários nutrientes para os galhos e ramos, armazenando energia para brotar na próxima safra. No entanto, as folhas não estão caindo; elas estão ficando muito velhas nas plantas e acabam não fazendo a fotossíntese, que é crucial para acumular reservas,” explica Sezerino.

Com folhas envelhecidas e incapazes de realizar fotossíntese adequadamente, as plantas não conseguem acumular a energia necessária para uma boa produção no próximo ciclo, resultando em uma menor quantidade e qualidade de frutos.

“Quando a planta fica esgotada, ela não tem muitas reservas para brotar na safra seguinte. Se a planta não tem energia, vai produzir poucos frutos e frutos pequenos,” afirma Sezerino.

Surgimento de doenças

Além disso, as altas temperaturas e a umidade favorecem o surgimento de doenças. Sezerino observa que variedades suscetíveis apresentam queda precoce de folhas, enquanto as resistentes seguram as folhas por mais tempo.

“Temperaturas altas e alta umidade são um prato cheio para as doenças. Temos visto pomares, especialmente de maçã, com queda de folhas desde fevereiro. Essa desfolha precoce impede as plantas de fazer fotossíntese e acumular reservas, causando problemas para a brotação na safra seguinte.”

Para mitigar esses efeitos, os agricultores estão utilizando produtos que promovem a queda de folhas e monitorando as temperaturas.

“Além de promover a queda de folhas agora, fazemos a aplicação de alguns produtos. Precisamos monitorar o frio no inverno. Os meteorologistas da EPAGRI estão dizendo que o inverno terá temperaturas provavelmente acima da média, com massas de ar polar e geadas isoladas, então a expectativa é de um inverno novamente ruim para a fruticultura.”

Após monitorar o inverno, os agricultores também realizam a quebra de dormência das plantas, aplicando produtos que incentivam uma brotação mais regular.

Fonte: Portal RBV