Mudas importadas correspondem a 80% do custo de produção de morango no Brasil
Um grupo de 13 instituições se uniu com o objetivo de oferecer aos produtores brasileiros de morango opções de cultivares nacionais. A ideia principal é baratear os custos, uma vez que, as mudas usadas hoje no país são importadas e respondem por 80% do custo da atividade. A despesa é de cerca de R$140 mil por hectare. “Há mais de 30 anos o Brasil não lança um cultivar de morangueiro. As mudas são, em sua maioria, provenientes de viveiros chilenos, argentinos e espanhóis. Com a importação, tem ocorrido evasão de divisas em cifras consideráveis, cerca de R$250 milhões anualmente”, destaca Francisco Gervini, pesquisador da Epagri na Estação Experimental de Ituporanga, que participa da rede.
A pesquisa também foca em potencial produtivo e com variedades adaptadas às condições locais. Além disso a maioria chega com baixa qualidade ao destino final de plantio. “A introdução de doenças e pragas até então não relatadas no Brasil vem ocorrendo de forma proeminente. Além disso, com o incremento dos sistemas de produção sustentáveis, não se dispõe de tecnologias apropriadas, tampouco de cultivares adaptados a esses sistemas de cultivo”, acrescenta o pesquisador.
Além das pesquisas em melhoramento genético, a rede vai unir a experiência das instituições participantes para atuar em áreas como tecnologia de produção de mudas, nutrição de plantas, fitossanidade, pós-colheita, produção e comercialização. “Os trabalhos irão visar a racionalização do uso de insumos, o aumento de produtividade e de renda para o produtor, bem como a organização da cadeia produtiva”, detalha Gervini.
O projeto de pesquisa está em fase de construção pelas instituições participantes. O objetivo, agora, é buscar apoio dos governos estaduais e de entidades de fomento à pesquisa para financiar o projeto em rede.
Cerca de 80% da produção nacional de morangos está concentrada nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. O cultivo do morangueiro é uma atividade em expansão no estado catarinense e de grande importância socioeconômica para a agricultura familiar.
Participam da rede Morangos do Brasil, além da Epagri, as seguintes instituições: Universidade Estadual de Londrina (PR), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro-PR), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Instituto Agronômico de Campinas (IAC-SP), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-SP), Instituto de Economia Agrícola (IEA-SP), Instituto Biológico (IB-SP), Departamento de Descentralização do Desenvolvimento (DDD-SP), Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS-SP), Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão (Epamig-MG), Universidade Federal de Lavras (UFLA-MG) e o Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper-ES).
Fonte: Agrolink