É um fechamento superior ao do ano passado, tanto em valor quanto em volume exportado. E, esse ano, as expectativas positivas com relação ao desempenho se baseiam em alguns pontos. O primeiro é o clima favorável nas principais regiões produtoras, que deve permitir um aumento no volume produzido, além de frutas com melhor qualidade. Podemos destacar algumas frutas, como a manga, que está tendo um desempenho interessante em 2023, por conta do clima favorável, mas também por problemas nos principais concorrentes do Brasil, a exemplo do Peru e do Equador, que tiveram quebra em suas safras, e entrarão non mercado europeu um pouco mais tarde. Então, teremos um “gap” de dois ou três meses para trabalhar sozinhos nestes mercados, aumentando os volumes.
Fora essas questões que são pontuais do ano de 2023, a Abrafrutas tem feito, ultimamente, um trabalho muito focado em abertura de novos mercados para as frutas brasileiras, para que possamos aumentar a diversificação de destinos, que hoje tem muita concentração no mercado europeu. Estamos trabalhando também com o Ministério da Agricultura e com a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), e já estamos conseguindo melhorar os processos de exportação. Além disso, a Abrafrutas tem apoiado o Ministério da Agricultura na confecção de relatórios para embasar as análises de risco de pragas, para o estabelecimento dos requisitos fitossanitários.
A maturidade do produtor e a tecnificação da produção também são fatores que contribuem para o avanço do Brasil no mercado internacional. A qualidade da fruta brasileira tem feito com que mais países venham até nós. Recentemente, tivemos um exemplo muito surpreendente, que foi uma solicitação de abertura do mercado peruano para a manga brasileira. O Peru é um dos maiores exportadores de manga do mundo, e ainda assim, está interessado na fruta brasileira. Coisas como essas nos levam a crer que estamos no caminho certo, e o objetivo, em um curto espaço de tempo, é tirar o Brasil da 24ª posição no ranking de maiores exportadores mundiais, e trazer a gente pelo menos entre os 15 maiores exportadores de frutas do mundo.
Eduardo Brandão, é diretor-executivo da Abrafrutas (Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados).