
Ação antioxidante decorrente da presença de acetogeninas e flavonoides – Créditos: depositphotos.com / olovedog1
A graviola (Annona muricata) é uma fruta tropical reverenciada por séculos na medicina tradicional, e agora desperta grande interesse na comunidade científica. Suas diversas partes — folhas, casca, sementes e o fruto — são ricas em compostos bioativos, especialmente as acetogeninas, responsáveis por grande parte de suas propriedades medicinais.
- Apresenta potencial antitumoral e citotóxico devido às acetogeninas anonáceas.
- Demonstra forte atividade anti-inflamatória e analgésica em testes pré-clínicos.
- É uma fonte importante de antioxidantes, como flavonoides e compostos fenólicos.
A graviola possui um potente efeito citotóxico e antitumoral?
O foco principal das pesquisas sobre a graviola reside nas acetogeninas anonáceas, uma classe de fitoquímicos presentes em suas folhas e sementes. Esses compostos são estudados por sua ação inseticida, anti-helmíntica e, principalmente, anticancerígena, demonstrando alta seletividade em linhagens de células tumorais. Conforme destacado pela Embrapa, os extratos da gravioleira contêm esses potentes princípios ativos.
“Pesquisas em todo o mundo têm confirmado o que o conhecimento tradicional aponta: componentes bioativos naturais presentes nas folhas, caule, casca e semente dos frutos da gravioleira apresentam comprovado efeito anticancerígeno” (MORAES apud EMBRAPA, 2017).
É importante frisar que, apesar do potencial promissor, a pesquisa ainda está em fase pré-clínica, e o consumo não substitui tratamentos oncológicos convencionais.
Quais são os benefícios anti-inflamatórios e analgésicos da graviola?
Além da ação sobre células tumorais, a graviola é amplamente estudada por seus benefícios terapêuticos relacionados ao alívio da dor e da inflamação. As folhas da planta contêm alcaloides e outros constituintes que conferem atividades anti-inflamatórias e analgésicas, justificando seu uso tradicional contra a artrite e outras condições dolorosas. Um estudo da Universidade Federal do Ceará (UFC) investigou essas atividades.
“Alguns compostos presentes na A. muricata já foram relacionados com as atividades antioxidante, anti-inflamatória e antimicrobiana dessa planta” (LIMA, 2013).
O extrato das folhas é tradicionalmente preparado na forma de chá para modular processos inflamatórios e aliviar espasmos musculares. Consulte sempre um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tratamento fitoterápico.

Como a graviola atua como antioxidante no organismo?
A graviola é uma rica fonte de compostos fenólicos e flavonoides, essenciais para combater o estresse oxidativo no corpo. O fruto e, em particular, suas folhas e casca, possuem uma alta concentração desses fitoquímicos que agem como poderosos antioxidantes. Estes compostos neutralizam os radicais livres, prevenindo danos celulares. De acordo com a pesquisa de Nunes et al.,
“O consumo de frutas está associado à redução do risco de doenças relacionadas com os elevados níveis de estresse oxidativo. Antioxidantes diminuem esse estresse, minimizam a incidência dessas doenças, contribuindo para a saúde e a graviola é uma fonte natural de antioxidantes” (NUNES et al., 2013).
O consumo da polpa de graviola in natura ou em forma de sucos e vitaminas é uma maneira deliciosa de aumentar a ingestão desses princípios ativos protetores.
Um arsenal de benefícios comprovados pela ciência
A graviola é uma planta com amplo espectro de propriedades curativas, com o potencial mais notável concentrado em suas acetogeninas e compostos fenólicos. Seu estudo contínuo no campo da botânica medicinal promete novas aplicações clínicas.
- As acetogeninas encontradas nas folhas de graviola apresentam um forte efeito citotóxico e antitumoral em estudos de laboratório (EMBRAPA, 2017).
- A presença de alcaloides e outros compostos confere à planta ação anti-inflamatória e analgésica, validando seu uso na medicina popular (LIMA, 2013).
- A polpa e a casca são ricas em compostos fenólicos e antioxidantes, contribuindo para a saúde e prevenindo doenças relacionadas ao estresse oxidativo (NUNES et al., 2013).
Referências bibliográficas
- CANUTO, Kirley Marques; FERREIRA, Auristela de Lima. Propriedades químicas e farmacológicas de mangiferina: um composto bioativo de manga (Mangifera indica L.). Petrolina: Embrapa Semi-Árido, 2009.
- EMBRAPA AGROINDÚSTRIA TROPICAL. Compostos extraídos da gravioleira têm potencial ação inseticida e antitumoral. Fortaleza: Embrapa, 2017. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/29077977/.
- LIMA, Beatriz de Sousa e. Atividades antioxidante, anti-inflamatória e antibacteriana dos extratos hexânico e etanólico das folhas da gravioleira (Annona muricata L.). Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2013.
- NUNES, Clara dos Reis et al. Atividade antioxidante e o teor de taninos e fenóis totais dos frutos de Annona muricata L. Revista Vertices, v. 15, n. 3, p. 119-129, 2013.
Fonte: C.B Radar