Fruta é a terceira mais exportada do Brasil e movimenta milhares de empregos no campo
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_b58693ed41d04a39826739159bf600a0/internal_photos/bs/2025/x/1/fxcuiBQiOXMroXEOGcdQ/kumquat-3494980-1280.jpg)
Pixabay
O limão brasileiro tem se consolidado como uma das frutas mais importantes do agronegócio. “O limão hoje é a terceira fruta mais exportada do Brasil, ficando atrás da manga e do melão, então ele tem uma relevância importante”, afirma Luiz Eduardo Raffaelli, diretor institucional da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e produtor da fruta.
O limão exportado é o Taiti.
“Você tem subvariedades do limão Taiti, que é o limão quebra galho, ponta firme, o peruano. Você tem porta-enxertos diferentes, como o Fly Dragon, Citromelo. Então você tem uma ampla variedade, mas sempre a fruta final é o limão Taiti. Isso depende muito de solo, de clima, de região e de estratégia de cada empresa, você tem mais de um tipo, mas todos dentro da família do Citrus Latifolia, que é o limão Taiti”, explica o produtor.
Grande parte da produção segue para fora do país. “85% da exportação do limão vai para o bloco União Europeia e Reino Unido e 15% ficam na América do Sul. Lembrando que o mercado interno é um forte comprador de limão, aproximadamente 70% fica no mercado interno e 30% que fica para exportação”, explica.
Segundo Raffaelli, os embarques seguem em expansão.
“As exportações de limão brasileiro estão crescendo ano a ano, os volumes estão crescendo e os preços se mantêm estáveis. Então o preço por quilo da fruta exportada está estável, não estamos tendo uma valorização do produto, mas sim em volume, estamos crescendo em volume ano a ano a exportação de limão”.
Além do impacto nas exportações, a cadeia do limão também tem grande peso social.
“O limão tem uma característica muito importante, ele é produzido por pequenos produtores agrícolas, então é uma agricultura que ocupa muita mão de obra, assim é muito importante dentro do setor. No estado de São Paulo, que é o principal produtor brasileiro de limão, hoje nós temos dados oficiais de 150 mil empregos ligados diretamente à cadeia do limão”, destaca Raffaelli.
Entretanto, o setor enfrenta desafios.
“O principal desafio hoje na cadeia, não diria nem de limão, diria de cítricos ou até mais iria na fruta, é a questão de mão de obra, que é o nosso grande desafio. As questões climáticas têm se colocado em segundo lugar com bastante importância e questões fitossanitárias, questões de logística têm sido um grande desafio para cadeia de frutas e limão faz parte dela, então temos sofrido muito com isso também”, relata o diretor.
Para superar os obstáculos, os investimentos têm sido constantes. “Ano a ano nós estamos fazendo novos investimentos em tecnologia, novas variedades, novas técnicas. Nós temos trabalhado em aumentar a produtividade por hectare dos pomares brasileiros, paulistas, de uma forma importante, estamos tendo sucesso. Não é uma coisa que de um ano para o outro você vai ter um aumento expressivo, mas sim é um trabalho de médio e longo prazo. As médias por hectares estão subindo com alguma constância. Os packing houses estão mais adaptados, estão se profissionalizando mais. Então, de uma maneira geral, a cadeia tem se profissionalizado e tem adotado boas práticas agrícolas constantemente”, detalha Raffaelli.
Dessa forma, as perspectivas para o futuro são otimistas, especialmente com a abertura de novos mercados. “Nós tivemos este ano a abertura do mercado da Índia para o limão brasileiro. Estamos em tratativas para abertura do mercado chinês para o limão brasileiro. São novos mercados, mercados de alto potencial de crescimento. Então o setor está muito animado com essa nova expansão, com a fronteira asiática, vamos chamar assim.”
Para Raffaelli, esse movimento pode trazer ganhos importantes para o campo brasileiro. “Isso representará um vasto mercado, teremos aí bons momentos pela frente de expansão de áreas plantadas, o aumento de emprego, geração de renda e distribuição de renda entre os pequenos produtores aqui no Brasil”, conclui.
Supervisionado por Virginia Alves.
Fonte: Rede Globo