A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS) realizou ontem (3) palestra sobre a Imagem do Brasil na União Europeia e Reino Unido: atualidades e perspectivas. O evento que foi realizado online teve como objetivo auxiliar os produtores exportadores de frutas a entender a imagem que os países que compõe a União Europeia têm sobre o Agro brasileiro, em especial da fruticultura, não somente é um âmbito social, mas também político.
A palestra foi ministrada pela consultora de relações governamentais, Emily Rees que inicialmente contextualizou como se deu as eleições do parlamento europeu e o que isso influenciou e tem influenciado nas tratativas com o mercado internacional.
Com as mudanças que ocorreram em todo o parlamento e também com a pandemia causada pelo Covid 19, Emily conta que o bloco europeu irá sofrer recessão econômica, porém os recursos aprovados estão voltados para projetos e ações que estão ligados diretamente a questões de sustentabilidade. Isso indica que as barreiras para exportação poderão se tornar ainda mais rigorosas para os mercados exportadores.
Para o gerente técnico de projetos da Abrafrutas, Jorge Souza, entender o que está acontecendo na Europa é muito importante, pois 70% das exportações das frutas brasileiras se concentram lá.
Dentro do Plano Europeu, a Comissão divulgou dois planos estratégicos, um ligado a sustentabilidade alimentar e outra ligado a biodiversidade. No primeiro segundo Emily existe uma meta de reduzir em até 50% o uso de defensivos e pesticidas dentro da produção europeia até 2030, com isso, entende-se que haverá uma pressão ainda maior sobre os Limites Máximos de Resíduos (LMRs) para aqueles que exportam ou desejam exportar seus produtos para a Europa.
Outro ponto importante que Emily citou foi sobre um aumento expressivo nas áreas de produção de alimentos orgânicos, principalmente na produção de frutas. “A Comissão Europeia tem colocado como instrução para os estados membros aumentar em até 25% os territórios agrícolas na produção de alimentos orgânicos. Ainda não se sabe se essa porcentagem é para cada país membro ou no todo”, disse.
Em relação a biodiversidade, os europeus começarão a criar um código florestal que irão resguardar no mínimo 10% a vegetação nativa. Para Emily, o fato do Brasil preservar 20%, o torna bastante competitivo, pois o mesmo tem uma história nesse âmbito que possibilita troca de informações com os produtores europeus, o que pode ser bem oportuno quando começarem a debaterem as questões mais sensíveis de agro defensivos.
Emissão de carbono, taxação, acordo Mercosul, imagem do agro brasileiro foi outros assuntos pautados na reunião.
Para os participantes o debate trouxe alguns esclarecimentos aos produtores sobre o mercado europeu de maneira que possam traçar estratégias adequadas para tornar a fruticultura brasileira bastante competitiva.
Por: Telma Martes, comunicação Abrafrutas