Mais de 70% das frutas baianas exportadas foram produzidas em Juazeiro, na região do Vale do São Francisco, ao norte da Bahia
Produção de uvas no Vale do São Francisco. Crédito: Divulgação
Entre janeiro e outubro de 2023, o embarque de frutas para o exterior pelo Terminal de Contêineres de Salvador (Tecon Salvador) teve um crescimento de 304% em comparação ao volume atendido no mesmo período do ano passado, movimentando 2.997 contêineres. Da carga de frutas baianas exportadas, mais de 70% correspondem àquelas produzidas em Juazeiro, na região do Vale do São Francisco, no norte da Bahia.
De acordo com Demir Lourenço, diretor executivo da Tecon Salvador, o grande crescimento registrado na embarcação de frutas para o exterior reflete um conjunto de ações implementadas pelo terminal combinados com o contexto de produção e mercado.
“Nós aumentamos nossa área de atuação. Já temos uma parceria de muitos anos com os produtores de frutas do Vale do São Francisco e, neste ano, eles tiveram um crescimento interessante. O grande crescimento acontece também por conta da movimentação de cargas do norte de Minas Gerais, que anteriormente não exportava essas cargas”, explica.
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“Outros dois pontos muito importantes é que nós demos prioridade para movimentação de cargas frigoríficas, então nós temos janelas de agendamento bem específicas e, recentemente, aumentamos muito a produtividade de movimentação dos nossos navios por conta dos investimentos que foram realizados entre 2018 e o início desse ano, que possibilitou a duplicação de capacidade do terminal”, acrescenta Demir.
Na Cooperativa Agrícola de Petrolina (Coopa), que conta com produções de uva entre Juazeiro e a cidade pernambucana de Petrolina, a plantação de uva ocupa 200 hectares de terra e rende um faturamento anual de R$8 milhões somente com exportações. Segundo relata o gerente administrativo Marcelo Faria, os maiores compradores da fruta são os países do continente europeu, em especial o Reino Unido.
“Nós produzimos o ano todo, mas existe uma concentração de exportação entre a segunda quinzena de setembro e a primeira quinzena de setembro. É uma questão de mercado porque, nesse período, geralmente quem está produzindo é o Brasil. Em outras épocas, há a concorrência de outros países”, completa Marcelo.
Além da uva de mesa e da manga, o limão produzido no norte de Minas Gerais também é escoado pelo Tecon Salvador da Wilson Sons, operadora logística portuária e marítima que atende Salvador e é uma das maiores do mercado brasileiro. A escolha do terminal para a exportação, de acordo com o diretor executivo, ocorre por conta de logística e pelo desempenho oferecidos. Ele destaca a infraestrutura, capacidade operacional que conta com caminhões que levam aproximadamente 26 minutos para acessar e sair do local, assim como o emprego de tecnologias para acelerar o processo de atendimento no pátio e no navio.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro
Fonte: Correio