Problemas de escoamento no início da pandemia e demanda aquecida ajudam a explicar as valorizações
Os preços de cinco das frutas mais consumidas pelos brasileiros subiram de 32% a 46% no entreposto da estatal Ceagesp na capital paulista entre os meses de abril de 2020 e de 2022, mostram dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O entreposto é o terceiro maior centro atacadista de alimentos do mundo e o principal do país.
A alta da laranja chegou a 46%, com o quilo negociado a R$ 2,44 no mês passado. Na sequência aparecem mamão (44%), melancia (40%), maçã (35%) e banana (32%). Esses aumentos superaram, e muito, a inflação brasileira no intervalo — o IPCA subiu 19,34%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Eduardo Brandão, lembra que o aumento de preços deveu-se, em parte, à covid-19.
No primeiro ano da pandemia, muitos produtores enfrentaram dificuldade para escoar sua oferta ao food service e mesmo ao varejo, o que desestruturou algumas cadeias. Nesse cenário, disseram fontes ouvidas pelo Valor, algumas áreas de fruticultura do interior paulista, sobretudo de laranja, foram ocupadas por grãos e cana, que têm boa liquidez e já estavam com preços elevados. Abrafrutas e Conab afirmam que não foi esse movimento que prejudicou a oferta, mas sim uma retração temporária de produção para evitar prejuízos.
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